Estudo constatou que fertilizantes nitrogenados são os maiores emissores na cafeicultura
Ambiente | 18/03/2011
Estudo constatou que fertilizantes nitrogenados são os maiores emissores na cafeicultura
Kellen Severo | São Paulo (SP)
Uma pesquisa inédita no Brasil divulgada nesta sexta, dia 19, revelou a quantidade de gás carbônico liberada na produção de café. Na Europa estes índices já aparecem nas embalagens dos produtos para atestar a preocupação com o meio ambiente. No Brasil os cafeicultores já estão mais atentos à importância das práticas sustentáveis no campo.
O estudo se propôs descobrir quanto cada pé de café gera de gases de efeito estufa. Durante cerca de um ano foram analisadas três propriedades rurais: no sul de Minas Gerais, no cerrado mineiro e na zona da mata de Minas.
Foram considerados plantio, manejo, colheita, transporte e processamento. Foi contatado que são os fertilizantes nitrogenados são os maiores emissores de CO2 na cafeicultura.
Mas as conclusões não param por aqui. O pesquisador Carlos Clemente Cerri, professor do centro de energia nuclear na agricultura da USP, afirma que o café está entre as culturas que menos emite gases de efeito estuda na atmosfera.
– É um valor baixo e equivalente de um a três quilogramas de CO2 equivalente por cada quilo de café produzido. É um valor baixo se comparado a outros produtos – explica.
Mas não há consenso sobre isso. O pesquisador do IEA, Celso Vegro, avalia que não há como ter certeza se o café emite mesmo pouco gás carbônico
– Este tipo de comparação não é pertinente, não é cientifica e devemos nos afastar dela. Nós conhecemos quanto o café produz e em cima deste indicador nos temos que trabalhar visando mitigar este impacto – ressalta.
É justamente isso que o cafeicultor Sergio Bronzi está tentando fazer, em Araguari, Minas Gerais. Ele vê na produção sustentável uma forma de permanecer competitivo no mercado.
– Eu consigo atingir mercados que o café comum não atingiria e consigo ter mais tempo de produção – conta.
– Nós precisamos nos anteceder às exigências do mercado. Na Europa já estão colocando no rótulo quanto que ele emite para produzir um determinado produto. Já começa ater uma preocupação não só com a qualidade do café, mas como ele impacta este ambiente – reforça Cerri.
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