2011 renova trajetória na agricultura – ENTREVISTA ANDRÉ PESSÔA Sócio diretor da Agroconsult

Com safra recorde e preço bom, o ano abre uma década de rentabilidade mais alta e estável

28 de janeiro de 2011 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

 
 OPINIÃO
28/01/2011 
  
 
 
ENTREVISTA ANDRÉ PESSÔA Sócio diretor da Agroconsult


Luiz Silveira
lsilveira@brasileconomico.com.br


Os altos preços internacionais das commodities agrícolas devem se manter ao longo do ano, avalia o consultor, que lançou ontem em São Paulo o Rally da Safra 2011. A expedição a 11 estados dá origemà principal estimativa privada de safra do país.


Os preços dos grãos tendem a se manter ao longo do ano?


Não vejo espaço para preços muito mais baixos. Os estoques mundiais estão baixos, e não há como recompô-los em pouco tempo. Talvez possamos ver quedas de até 10%, mas não há limite para as altas. Não diria que estamos com os maiores preços do ano para a soja, talvez sim para o milho.


A produção não conseguirá crescer o bastante no mundo?


Não o suficiente. A safra americana já está dada, e agora dependemos da Argentina e do Brasil. Aqui , apesar domedo do La Niña, tudo tem caminhado na direção de uma safra recorde de 154,27 milhões de toneladas, 3,7% acima da anterior. No segundo semestre, os agricultores americanos devem migrar da soja para o milho, que estará mais rentável. Isso vai piorar a oferta de soja mas não resolverá totalmente a necessidade por milho,mantendo os preços.


Então o ano deve ser bom para o agricultor brasileiro?


Sim. Acredito que 2011 marca o início de uma nova trajetória de crescimento da produção agrícola do Brasil. Até o último ano ainda havia o ranço de crises do passado. Agora não. O crescimento da área plantada tende a ser mais moderado na próxima década, mas isso quer dizer que será preservada uma rentabilidade mais estável e mais positiva do que a que vimos nos últimos dez anos. ■

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