Preços provocam euforia, mas ao mesmo tempo as lideranças pedem cautela para que os cafeicultores não esqueçam que o endividamento do setor ainda é uma realidade
Agronegócio | 07/01/2011 | 12h47min
Preços provocam euforia, mas ao mesmo tempo as lideranças pedem cautela para que os cafeicultores não esqueçam que o endividamento do setor ainda é uma realidade
Marcelo Lara | Boa Esperança (MG)
No sul de Minas Gerais a época agora é de muita chuva. Os cafezais estão definindo a próxima safra, mas ainda com as incertezas de qual vai ser a produção. Os preços com alta histórica provocam euforia, mas ao mesmo tempo as lideranças pedem cautela para que os cafeicultores não esqueçam que o endividamento do setor ainda é uma realidade.
No sul de Minas o cafeicultor Ronaldo Souza Moraes já fez as contas e na cooperativa de Boa Esperança fechou venda antecipada da próxima safra para entregar o café em Setembro. É primeira vez que o produtor faz este tipo de negociação com a certeza de estar fazendo um bom negócio.
– Nunca consegui vender café nos patamares de preços que estão hoje. Então parte da próxima safra já travei pra setembro no preço de R$ 420 a saca – afirma o agricultor.
O período de setembro a dezembro do ano passado marcou história. Os preços foram subindo de R$ 320 até atingir o pico de 430 reais a saca. Mas estamos falando de café normal tipo seis nas cooperativas. A falta do produto no mercado mundial mudou um cenário de uma década de preços baixos e assustou até os exportadores que aguardam uma definição melhor da próxima safra para fechar novos contratos.
– Nas compras de mercado a termo, venda futura, existe um pouco de cautela por parte dos exportadores, eles não estão procurando como se procura nesta época do ano, está um pouco mais segmentado – comenta Amauri Pacheco, gerente de café da Cooperativa Boa Esperança.
Difícil nesta época é chegar nos cafezais. A chuva começou bem neste inicio de ano. Ainda é cedo para definir como vai se comportar a produção de café, mas o agrônomo e pesquisador da fundação Procafé no sul de minas Alysson Fagundes mostra que para esta safra aconteceram duas floradas, a primeira foi uniforme mas a segunda não segurou o fruto no pé. Mesmo assim não vai fugir da normalidade de um ano de baixa produção. O que preocupa é a euforia do mercado. Um cenário que o pesquisador já viu no passado.
– Em 1994 após geada quando o café deu uma alta no preço, mas os produtores não tinham a mercadoria para vender. Isso até mesmo contribuiu para o endividamento que tem hoje o setor. O pessoal comprando, mercadorias, os insumos, com base café de alto preço. É o que a gente está vendo hoje.
A alta nos preços do café renovou a esperança de quitar as dívidas do passado. Os cafeicultores querem aproveitar o bom momento do mercado para abrir uma nova rodada de negociações com o governo federal.
– Hoje a saca com preços de 400, 430 reais nos propicia condição de pagamento, e se o governo fizer a renegociação nós temos como pagar, antes a 250 reais não tínhamos condição de pagar e sobreviver – afirma Manoel Joaquim da Costa, presidente do sindicato rural dos produtores de Boa Esperança.
Preços provocam euforia, mas ao mesmo tempo as lideranças pedem cautela para que os cafeicultores não esqueçam que o endividamento do setor ainda é uma realidade
12h47
Marcelo Lara | Boa Esperança (MG)
No sul de Minas Gerais a época agora é de muita chuva. Os cafezais estão definindo a próxima safra, mas ainda com as incertezas de qual vai ser a produção. Os preços com alta histórica provocam euforia, mas ao mesmo tempo as lideranças pedem cautela para que os cafeicultores não esqueçam que o endividamento do setor ainda é uma realidade.
No sul de Minas o cafeicultor Ronaldo Souza Moraes já fez as contas e na cooperativa de Boa Esperança fechou venda antecipada da próxima safra para entregar o café em Setembro. É primeira vez que o produtor faz este tipo de negociação com a certeza de estar fazendo um bom negócio.
– Nunca consegui vender café nos patamares de preços que estão hoje. Então parte da próxima safra já travei pra setembro no preço de R$ 420 a saca – afirma o agricultor.
O período de setembro a dezembro do ano passado marcou história. Os preços foram subindo de R$ 320 até atingir o pico de 430 reais a saca. Mas estamos falando de café normal tipo seis nas cooperativas. A falta do produto no mercado mundial mudou um cenário de uma década de preços baixos e assustou até os exportadores que aguardam uma definição melhor da próxima safra para fechar novos contratos.
– Nas compras de mercado a termo, venda futura, existe um pouco de cautela por parte dos exportadores, eles não estão procurando como se procura nesta época do ano, está um pouco mais segmentado – comenta Amauri Pacheco, gerente de café da Cooperativa Boa Esperança.
Difícil nesta época é chegar nos cafezais. A chuva começou bem neste inicio de ano. Ainda é cedo para definir como vai se comportar a produção de café, mas o agrônomo e pesquisador da fundação Procafé no sul de minas Alysson Fagundes mostra que para esta safra aconteceram duas floradas, a primeira foi uniforme mas a segunda não segurou o fruto no pé. Mesmo assim não vai fugir da normalidade de um ano de baixa produção. O que preocupa é a euforia do mercado. Um cenário que o pesquisador já viu no passado.
– Em 1994 após geada quando o café deu uma alta no preço, mas os produtores não tinham a mercadoria para vender. Isso até mesmo contribuiu para o endividamento que tem hoje o setor. O pessoal comprando, mercadorias, os insumos, com base café de alto preço. É o que a gente está vendo hoje.
A alta nos preços do café renovou a esperança de quitar as dívidas do passado. Os cafeicultores querem aproveitar o bom momento do mercado para abrir uma nova rodada de negociações com o governo federal.
– Hoje a saca com preços de 400, 430 reais nos propicia condição de pagamento, e se o governo fizer a renegociação nós temos como pagar, antes a 250 reais não tínhamos condição de pagar e sobreviver – afirma Manoel Joaquim da Costa, presidente do sindicato rural dos produtores de Boa Esperança.
CANAL RURAL