ECONOMIA
07/01/2011
Produção de café será menor
DA REDAÇÃO
A produção brasileira de café este ano é estimada entre 41,8 milhões e 44,7 milhões de sacas, conforme a primeira estimativa da safra 2011 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Como média, a Conab indica que a produção total será de 43,3 milhões de sacas.Desse total, serão 32,06 milhões de sacas de café arábica e 11,24 milhões, de robusta.
A produção será menor que a do ano passado, quando foi atingida a marca de 48,09 milhões de sacas.
A redução, no entanto, já era esperada, pois o café é uma cultura com ciclo de bianualidade, ou seja, apresenta alta produção em um ano e queda no ano seguinte, e assim sucessivamente. E 2011 tem anualidade “negativa”, explica o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, que apresentou nessa quinta-feira a estimativa de safra do café.
Porém, considerando-se tal característica, 2011 será recorde entre os anos de produção mais baixa. Em 2009, por exemplo, a produção nacional atingiu 39,47 milhões de sacas.
Segundo a Conab, as chuvas no ano passado ajudaram na recuperação dos cafezais após um período de estiagem.
“O estudo mostrou também que as chuvas registradas a partir da última semana de setembro, nas principais áreas produtoras, sobretudo nas regiões sul e Zona da Mata de Minas Gerais e na maioria das áreas cafeeiras de São Paulo e Paraná, possibilitaram a elevação e a recuperação da umidade no solo”,afirmou a Conab em relatório, acrescentando que as precipitações estimularam o florescimento.
EXTERIOR. Segundo Bertone, o cenário internacional de preços e as condições de cultivo são fatores positivos para o produtor.“Os problemas na cafeicultura se referem mais a prejuízos de anos anteriores”, diz o secretário.Otimista, ele afirma que o Brasil “é o país que mais cresce em participação nos blends internacionais” e que “tem condições de consolidar o espaço que tinha há 30, 40 anos atrás”.
Os bons resultados na cafeicultura começaram a ser percebidos desde o ano passado, com a alta dos preços de negociação. Segundo o secretário, entre março e dezembro o consumo interno somou 12 milhões de sacas e as exportações atingiram 23,3 milhões de sacas, gerando movimentação de 35,3 milhões de sacas de café. “A performance de 2010 foi uma das melhores em termos de renda para o produtor”, avalia Bertone.
Com mais renda, o cafeicultor investiu em tratos culturais, o que explica a leve redução do parque cafeeiro em produção. A área na atual safra é de 2,057 milhões de hectares, frente a 2,076 milhões de hectares em 2010, ou seja, retração de 0,9%.“Houve melhores condições para realizar a poda e outros tratos culturais, o que é um procedimento salutar e que favorece produções futuras”, explicou Bertone. Ou seja, houve retração momentânea do parque cafeeiro, para posterior retomada da produção.
As informações do relatório foram obtidas por meio de trabalhos realizados pela Conab no período entre 8 de novembro e 17 de dezembro, com 2.750 questionários aplicados, quando os técnicos visitaram municípios dos principais estados produtores (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro).
Minas Gerais, o maior produtor nacional de arábica, deverá produzir entre 21 milhões e 22,5 milhões de sacas, segundo a Conab.