Para ganhar espaço em um mercado competitivo onde atuam grandes companhias, como a Sara Lee e a Santa Clara, empresas como a Café do Centro e o Café Canecão usam estratégias ousadas e criativas.
Para ganhar espaço
em um mercado competitivo onde atuam grandes companhias, como a Sara Lee e a
Santa Clara, empresas como a Café do Centro e o Café Canecão usam estratégias
ousadas e criativas. Os resultados não poderiam ser mais animadores: o Café
Canecão cresceu 18% em 2005 e o Café do Centro fecha o ano com faturamento de R$
17 milhões.
A proximidade e a identidade com o seu público, no caso o
consumidor e o varejista, faz toda a diferença para o Café Canecão. “Nós criamos
uma relação de parceria com os varejistas. As grandes empresas tratam esse
público com muita formalidade”, diz Natal Martins, diretor comercial da
empresa.
Ele acredita que a existência das empresas de grande porte no
mercado brasileiro de café cria
oportunidades para que as de menor porte melhorem o seu negócio.
“Quando
a Sara Lee chegou ao Brasil, nós nos sentimos ameaçados, e, diante dessa
situação, fizemos avanços na área de qualidade, produtividade e gestão”, afirma
o diretor do Café Canecão, que está investindo em certificações de gestão,
qualidade e na capacitação dos funcionários.
A qualidade é outra
estratégia da Canecão. “Nós compramos um dos lotes vencedores da 3ª Edição
Especial dos Melhores Cafés de São Paulo”, diz Natal
O Café Canecão, com
sede em Campinas (SP), produz 200 toneladas de café industrializado por mês e exportou
este ano para a Inglaterra, Japão, África do Sul e Emirados Árabes. “O nosso
objetivo é crescer 15% ao ano até 2010 e alcançar uma produção de 500 toneladas
por mês. As exportações representarão 20% dessa produção”, explica
Martins.
Café do Centro
O sócio diretor da torrefadora Café do
Centro, do Grupo Branco Peres, Rafael Branco Peres, concorda com Martins sobre a
importância de investir em qualidade. “Nós compramos pequenos lotes
de café, de produtores
compromissados com a qualidade do produto”, afirma Peres.
O executivo
comenta que as empresas pequenas são mais flexíveis que as grandes. “Por
trabalhar com o produto em menor escala e maior valor agregado, os equipamentos
de uma indústria de cafés especiais
necessitam de tempo certo e pressões específicas para processar o café, diferentemente das grandes empresas
que precisam de escala e rapidez”, comenta ele.
Para Peres, essas
torrefadoras de cafés especiais
devem vender também um bom serviço. “A nossa preocupação vai do grão verde à
xícara de café. Nós temos uma equipe
com oito baristas, que, além de cuidarem de toda a parte técnica de regulagem de
máquinas, fazem sugestões de bebidas, para os lojistas atenderem melhor o seu
cliente”, afirma Peres. Em 2005, o Café do Centro exportou para Japão, França,
Estados Unidos, Emirados Árabes e Chile.
As cinco primeiras colocadas no
ranking da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) detêm mais de 30%
do mercado. Entre elas estão a Sara Lee Cafés do Brasil, Santa Clara Ind. e Com.
de Alimentos e Melitta do Brasil.