Casimiro José | Mussende – 25 de Outubro, 2010
A produção do café está a merecer o devido apoio do Governo angolano
A Associação Angolana para o Desenvolvimento (AAD), em parceria com a Oikos da Alemanha, vai desenvolver o projecto de relançamento da produção de café arábica no município de Mussende, Kwanza-Sul, juntando-se ao de Cassongue que já alcançou metas animadoras, no domínio do café.
Para a materialização do projecto, marcado para o primeiro semestre de 2011, foram identificadas 16 comunidades que abraçaram o projecto e os financiamentos estão garantidos pelo Ministério da Cooperação Internacional do Governo Alemão.
De acordo com o director da Associação Angolana para o Desenvolvimento, no Kwanza-Sul, Albino Chicale, o clima da região de Mussende adapta-se à cultura do café arábica e, por isso, a Associação Angolana para o Desenvolvimento pensou apoiar os camponeses locais que carregam experiências dos seus ancestrais.
“A cultura do café é de fácil adaptação no município de Mussende porque o clima é favorável. Reunimos os líderes das comunidades da região e a nossa ideia foi aplaudida. Por isso, no próximo ano, vamos desenvolver o projecto”, referiu. O director provincial da Associação Angolana para o Desenvolvimento), Albino Chicale, garantiu ao Jornal de Angola que, desde o desenvolvimento do projecto da produção do café arábica no município de Cassongue, foram colhidas 50 toneladas, o que equivale a 17 toneladas de café comercial (descascado).
O projecto envolveu 512 famílias, espalhadas em 23 comunidades. Foram plantados 416 mil pés, numa extensão de 226 hectares no sector familiar. Estão em viveiros 71 mil plantas que vão ser plantadas, a partir do fim de Outubro, aproveitando as chuvas.
A falta de concorrência de potenciais compradores do café está a provocar queda do preço na província. A direcção-geral do Instituto Nacional do café (INCA) pensa inverter o quadro, com a colocação de uma indústria de transformação no local. Assim, disponibilizou equipamentos para a instalação de um descasque móvel na região que aguarda a sua montagem nos próximos dias.
O director da Associação Angolana para o Desenvolvimento defende que a falta de transformação do café condicionou o preço pelos compradores. Pediu às famílias camponesas envolvidas na cultura do café a empenharem-se mais na produção cada vez mais, sublinhando que se todos apostarem na produção do café de qualidade os preços também vão aumentar e, com isso melhoram os rendimentos dos produtores. De recordar que o preço do quilo do café mabuba está vale 60 Kwanzas.