A ferrugem do cafeeiro foi constatada em janeiro de 1970, no sul da Bahia,
atingindo rapidamente todas as regiões cafeeiras do Brasil. A planta de café, em
sua maioria, é susceptível ao fungo Hemileia vastatrix, parasita obrigatório das
folhas do cafeeiro, que causa lesões de coloração alaranjada, na face inferior
das folhas, provocando intensas desfolhas com conseqüente redução da produção do
ano seguinte. Considerando o ciclo bienal do cafeeiro, após o sexto ou oitavo
ano de plantio, observamos que ocorre alta incidência da doença em anos de alta
produção, levando os produtores à falência caso estes não controlem
criteriosamente suas despesas e receitas.
O custo de produção, nos últimos anos, vem aumentando, e o preço do produto
não tem acompanhado, fazendo com que o produtor adote em menor grau os
investimentos na cultura.
Como se não bastasse, o excesso de chuva no final do outono passado e a falta
de chuva na primavera provocaram intensa desfolha prejudicando as próximas
safras. A maioria dos produtores ainda não iniciou as fertilizações das suas
lavouras, por estas estarem debilitadas em função da seca, necessitando de um
prazo maior para o reenfolhamento e emissão de ramos produtivos. Já se passaram
60 dias para que as plantas vegetem e enraizem, porém, o que vemos, são plantas
retornando lentamente ao seu estado vegetativo. A ferrugem é, sem dúvida, o
principal fator que influi negativamente na produtividade e no aumento do custo
de produção, entretanto, o controle dos nematóides e o decréscimo nas adubações
vêem auxiliando significativamente nesta queda de produção, pois além dos
fatores diretos que a falta de nutrição traz, as plantas mal nutridas não
demonstram seu potencial genético. Dentro deste quadro, devese equacionar os
custos, otimizar recursos e aplicar os insumos de maneira correta. Recomenda-se
que, em anos de alta produção, não se faz necessário o controle integral da
ferrugem, pois a produção do ano seguinte será menor, independente da presença
ou ausência da enfermidade.
Contudo, em anos de carga baixa, o número de controle pode ser reduzido na
tentativa de diminuir os custos. Vale ressaltar que, racionar custos não
significa correr riscos e sofrer as conseqüências de um ataque precoce, que pode
ocorrer quando se atrasa o controle elevando o índice de incidência da doença
dificultando o seu controle no final do ciclo. Caberá ao técnico o apoio pela
melhor opção.
Ainda, com relação ao período de controle, muitos fazem uma única aplicação
no mês de dezembro ou janeiro, ou fazem duas aplicações com doses menores que as
recomendadas, causando um descontrole no final do ciclo (inverno), onde a
atividade fisiológica da planta é menor diminuindo ainda mais o seu controle.
Por isso, é importante um plano de tratamento adequado que prioriza desde a
melhor época de aplicação dos defensivos a uma menor despesa, priorizando sempre
o melhor custo/beneficio para o produtor. Escolher este plano e seguí-lo, é o
melhor a fazer.
Gustavo Guerreiro
Engº Agrônomo e Consultor
Informativo Agrofito –
Boletim Técnico da Agrofito Ltda.