Agência Estado | CNC
15/09/2010
Gabriela Mello
O Vietnã, maior exportador de café robusta do mundo, pode voltar a estocar ofertas para impulsionar os preços internacionais do grão, segundo uma autoridade da indústria e traders vietnamitas. A medida pode ter impacto maior do que uma intervenção de menor escala feita no começo deste ano, que elevou os preços do tipo robusta em 14% em questão de dias. \”Se o governo conseguir estocar mais café desta vez, os preços podem subir ainda mais\”, disse um trader do Vietnã.
Traders disseram que as exportadoras agora serão convidadas a comprar 500 mil toneladas de café robusta do mercado, mais que o dobro do volume estabelecido da última vez. Anteriormente, a quantia estipulada foi de 200 mil toneladas e a orientação era manter os estoques fora de circulação por quatro meses. A iniciativa surgiu após os preços globais terem caído mais de 50% até o começo deste ano, ante máxima recorde de quase US$ 2.800 a tonelada no começo de 2007.
Uma autoridade da Associação de Café do Vietnã confirmou que o governo planeja elevar os preços para ajudar os produtores que foram afetados por despesas maiores com fertilizantes e outros insumos agrícolas, mas não especificou a quantia a ser comprada. O governo pode rever o plano de estocagem e, ao mesmo tempo, desembolsar créditos de longo prazo e empréstimos tanto para produtores como para traders, disse ele.
Embora o plano deva encontrar resistência por parte de importadores, como os Estados Unidos, uma ideia mais clara sobre a implementação da medida pode surgir até 20 de setembro, quando ocorre a próxima reunião da Organização Internacional de Café (OIC), afirmou uma autoridade do órgão. \”Os vietnamitas estão lutando arduamente para puxar os preços para cima, mas em meio à resistência internacional, eu não acho que poderão fazer isso\”, disse um trader da Indonésia.
A maior parte dos estoques domésticos da atual safra do Vietnã se esgotou, as negociações estão fracas e há previsão de algum atraso nos embarques em setembro, acrescentou a fonte. Até um terço das 60 mil a 75 mil toneladas planejadas para exportação neste mês podem ser afetadas, segundo ele. Enquanto isso, a maioria das tradings e dos exportadores aguarda a chegada da safra deste ano, cuja colheita pode ser adiada por um mês devido às fortes chuvas. As informações são da Dow Jones.