Temores quanto à próxima safra brasileira, bem como à temporada atual de outros países produtores, estão sustentando valores do produto
Agricultura | 10/09/2010
Agência Estado
O indicador de preço do café arábica do Cepea, da Esalq/USP, teve média de R$ 313,93 a saca em agosto, 3,8% maior do que em julho. A cotação foi impulsionada pela alta dos contratos futuros na Bolsa de Nova York (ICE Futures), informam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em boletim mensal divulgado nesta sexta, dia 10.
Os temores quanto à próxima safra brasileira, bem como à temporada atual (2010/11) de outros países produtores, estão sustentando os preços nacionais e internacionais do arábica, informam os pesquisadores. A Colômbia, por exemplo, pode novamente não atingir seu potencial produtivo por causa da incidência de fungos nos cafezais.
Os pesquisadores do Cepea comentam que a colheita do arábica está adiantada na maioria das regiões brasileiras. Apesar disso, a oferta do grão não aumentou no mercado interno. Isso porque produtores têm vendido de maneira lenta, na expectativa de preços ainda mais altos. Além disso, muitos produtores já fecharam contratos para entrega de lotes nos próximos meses, reduzindo a disponibilidade no mercado. Alguns agentes, no entanto, têm receio de que as vendas antecipadas signifiquem um sinal de possível queda após as entregas, tendo em vista que muitos exportadores estarão supridos, reduzindo a pressão de compra.
Os trabalhos de colheita devem se encerrar até outubro, o que é favorável à qualidade dos grãos a serem colhidos. Segundo a Somar, chuvas significativas só devem atingir as áreas cafeeiras na segunda quinzena de outubro.
Os produtores começam os tratos culturais para a próxima temporada. Para os cafezais de arábica, a boa remuneração da safra 2010/11 incentivou produtores a investirem na lavoura da temporada 2011/12. Segundo apurou o Cepea, alguns produtores estão intensificando os tratos culturais e instalando sistema de irrigação, no intuito de minimizar os efeitos do clima seco.