No período de 2003 a 2009, o custo logístico do agronegócio subiram 147%, paralelamente a inflação subiu 48. Essa explosão dos preços é fruto da falta de alternativas para escoar a safra brasileira de grãos, que neste ano deve atingir novo recorde. Em países como os Estados Unidos e a Argentina, que são os principais concorrentes do Brasil, o aumento foi menor, sendo 16% e 35%, respectivamente, informou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Esse incremento é decorrente de fatores, como estradas sem condições de tráfego e malhas insuficientes de ferrovias e hidrovias. Além disso, o agronegócio tende a avançar fortemente para áreas mais afastadas do litoral e com infraestrutura ainda mais precária que o resto do País. O Centro-Oeste, por exemplo, é responsável por 35% da produção nacional de grãos. Entretanto, a maior parte da safra é exportada pelos portos do Sul e do Sudeste, ao invés de escoar pelos terminais da Região Norte.
O Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e exporta 80% da produção pelos portos de Vitória, Santos, Paranaguá e São Francisco do Sul. De Sorriso, principal polo produtor de soja do Estado, até Santos, no litoral paulista, são 2.100 quilômetros (km) de distância; até Paranaguá, 2.200 km; e até Vitória, 2.500 km.
Como a capacidade da ferrovia e hidrovia é limitada na região, cerca de 70% da safra é movimentada por caminhões a um custo de R$ 230 a tonelada de soja. Os produtores de Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, que estão do lado dos portos, têm os menores custos: entre R$ 55 e R$ 70. Na média do País, o produtor paga R$ 135,6 por tonelada, segundo a Anec. Nos Estados Unidos, são R$ 31,18, e na Argentina, R$ 34,64.
Fonte: Redação NA