Café: Melles pede ao Min. da Fazenda opção de venda para 2006/07
Brasília, 14 – O presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado Carlos Melles (PFL-MG), se reuniu há pouco com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, para pedir que o governo lance um programa de opção de venda de café para os anos de 2006 e 2007. A idéia tem por objetivo garantir aos produtores um preço mínimo que pelo menos garante que seja coberto o custo de produção do produto, uma vez que o mercado internacional de café é muito volátil.
Melles, juntamente com representantes do Conselho Nacional do Café (CNC) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), apresentou para Murilo Portugal, na sede do Ministério, um estudo mostrando a elevada taxa de variação dos preços do produto no mercado internacional.
O estudo mostra também que, apesar de nas safras deste ano e de 2007 estarem previstas produções no mundo inferiores ao consumo total, o planeta ainda tem excesso de oferta do produto. Neste ano, a estimativa feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos incorporada ao material apresentado à Fazenda é de uma sobra de 18,6 milhões de sacas, contra 27,7 milhões no ano passado. Para 2007, espera-se que o excedente seja de 13,8 milhões de sacas.
A proposta da frente parlamentar pede que o governo lance o programa de opções para cinco milhões de sacas, que representam um volume de recursos da ordem de R$ 1 bilhão. A previsão da safra de 2006 no Brasil é de 44 milhões de sacas e de 34 milhões para 2007. A proposta apresentada sugere que sejam remanejados para o programa de opções até R$ 400 milhões do orçamento do Funcafé previsto para 2006.
Segundo Melles, a proposta foi bem recebida por Murilo Portugal, mas ainda não há decisão tomada sobre o tema, o que só deverá ocorrer no início do ano que vem. O parlamentar demonstra otimismo em relação a uma decisão favorável do governo ao lembrar que os programas de opções em 2002 e 2004 foram bem sucedidos. No primeiro ano, o documento apresentado mostra que foram exercidas apenas 20% das opções vendidas pelo governo.
“Essa medida é importante para garantir uma receita cambial para o País, para gerar empregos e renda. É importante lembrar que hoje cerca de 1,9 mil municípios no Brasil têm no café sua única fonte de empregos e renda”, concluiu Melles.