Diário do Comércio – MG | CNC
30/07/2010
Segundo o presidente da Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes Abreu, a retomada dos investimentos em tratos culturais, mecanização e renovação dos cafezais irá depender da geração de renda dos produtores, para isso é necessário que a saca do produto seja comercializada no mínimo a R$ 350, sendo os custos de produção de R$ 320. Outro fator que está impedindo os aportes no segmento é o endividamento dos produtores mineiros.
\”Estamos enfrentando um mercado desfavorável para o café há cerca de dez anos. Neste período, a grande oscilação dos preços e a falta de políticas eficientes para o setor fizeram com que a maioria dos produtores ficasse endividada, o que impede o acesso ao crédito e inviabiliza novos investimentos na cultura\”, disse Ximenes.
Para o presidente da CNC, a instabilidade do mercado e dos preços pagos pelo grão impedem a elaboração de planos para investimentos futuros. \”O produtor deve aproveitar a alta registrada nos preços para comercializar a safra e priorizar a quitação das dívidas. Os investimentos devem ser bem planejados já que não sabemos qual será o comportamento dos preços do café no futuro\”, disse Ximenes.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção mineira de café beneficiado alcançará 23,94 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2009/2010. O resultado representa um acréscimo de 20,44% quando comparado com a produção de 19,8 milhões de sacas obtidas na safra anterior. Minas Gerais é o maior produtor de café do país, respondendo por 50,9% do volume nacional.
O maior acréscimo no volume produtivo será registrado no café arábica, com produção estimada em 23,69 milhões de sacas, o que representa um ganho sobre a safra anterior de 20,9%. A qualidade responde por 98,9% da produção mineira. No Estado, cerca de 50% do café já foram colhidos (reprodução parcial da matéria original).