A exportadora Comexim estimou os estoques finais de café do Brasil na temporada 2009/10 em um dos patamares mais baixos da história do maior produtor mundial da commodity, segundo relatório divulgado pela empresa com sede em Santos (SP) nesta quinta-feira (15).
De acordo com a Comexim, o Brasil encerrou a safra 09/10 com estoques de no mínimo 1,33 milhão de sacas de 60 kg, sem considerar o café dos contratos de opções adquirido pelo governo durante a temporada.
No caso de se confirmar que 1,6 milhão de sacas foram entregues dentro do programa de opções, \”algo que aparentemente será sabido somente em setembro\”, segundo a Comexim, os estoques finais (públicos e privados) teriam somado 2,43 milhões de sacas. O volume das reservas das empresas foi estimado em apenas 832 mil sacas, apontou a exportadora.
\”Claramente, independentemente dos números do Ministério da Agricultura ou da Conab, o estoque final citado não é o mais baixo da nossa história do café, mas muito próximo disso. Os números de 76 e 94 [1976 e 1994], após geadas e secas, sem dúvida são menores\”, afirmou John Wolthers, da Comexim, em relatório nesta quinta-feira (15).
Ao final de abril, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) já havia alertado para a situação.
A queda nos estoques ocorreu após uma safra menor, na temporada de baixa do ciclo bianual do café arábica, variedade que responde pela maior parte da produção brasileira. E também em meio a um consumo interno forte e exportações consistentes.
\”O fato é que o Brasil precisa produzir pelo menos 50 milhões de sacas, e se tomarmos a tendência de consumo no mundo, bem como internamente, nós rapidamente precisaremos alcançar a meta de 60 milhões de sacas para ter uma situação estatística razoavelmente confortável\”, afirmou a Wolthers.
Estoques baixos não são vistos apenas no Brasil, considerando que outros países, como a Colômbia, estão produzindo menos nos últimos tempos. Os colombianos sofreram com o clima adverso na temporada passada e também estão renovando os seus cafezais, o que reduz a disponibilidade do produto.
Essa oferta mais apertada colaborou para elevar os futuros em Nova York para uma máxima de 12 anos recentemente.
A reportagem é da Folha Online, com informações da Reuters, resumida e adaptada pela Equipe CaféPoint.