O mercado internacional de café teve um mês de junho de forte valorização. As preocupações com a escassez de oferta de grãos de qualidade no curto prazo, com problemas em diversas origens, determinaram fortes saltos nas cotações, que chegaram aos níveis mais altos em 12 anos.
Como destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, fundos e especuladores estavam com uma postura defensiva anteriormente acreditando em queda nas cotações com a entrada de uma safra recorde no Brasil. Entretanto, entraram com força na ponta compradora na medida em que cresceram as preocupações com o aperto na oferta de curto prazo nos mercados disponíveis.
A América Central e a Colômbia vêm de duas safras seguidas de problemas na oferta de arábica lavado no mundo, considerado de alta qualidade e referência na Bolsa de Nova York. E o Brasil, mesmo em plena colheita, apresenta uma oferta ainda restrita, sobretudo para cafés de melhor qualidade. Grandes indústrias e o mercado em geral estão preocupados com esse aperto nas ofertas que têm reduzido estoques pelo mundo (inclusive os certificados das bolsas), o que gerou fortes altas ao longo de junho na Bolsa de Nova York para o arábica e em Londres (café robusta).
Em Nova York, os preços atingiram os níveis mais altos em 12 anos. No balanço de junho, o café arábica em NY fechou o mês a 165,85 centavos de dólar por libra-peso, no contrato setembro, acumulando valorização no período de 22,1%, já que fechara maio a 135,80 cents/lb.
No mercado brasileiro, os preços subiram menos que em Nova York. Isso se explica pela combinação de entrada da safra nacional (e o natural peso sazonal com mais café novo chegando ao mercado), pela cotação agora ser do café safra nova já predominantemente (que tem deságio em relação à safra nova) e pela retração do dólar.
No balanço mensal, o café arábica bebida boa tipo 6 safra nova 2010, base sul de Minas Gerais, fechou o mês cotado a R$ 310,00 a saca, acumulando valorização de 8% no comparativo com o final de maio (R$ 287,00).