Pesquisadores da Embrapa avaliam sistemas de cultivo de café em Rondônia

BRASIL 01/07/2010 

Porto Velho – Com o objetivo de avaliar os
impactos da cafeicultura no Estado de Rondônia, pesquisadores da Embrapa
selecionaram cinco diferentes sistemas de cultivo para analisar aspectos
econômicos, ambientais e sociais. O comparativo evidencia as vantagens e as
desvantagens de cultivar café sem tecnologia ou com o uso de poda, adubação,
irrigação e clonagem.


O trabalho foi realizado em três importantes municípios produtores de café no
Estado de Rondônia. Em Cacoal foram observadas lavouras com irrigação. Em Nova
Brasilândia foram encontrados produtores que praticam a clonagem para selecionar
plantas com características superiores. Por fim, Alta Floresta também se
destacou por sistemas com poda e adubação química.


O sistema clonal de Nova Brasilândia, que também se caracteriza pelo uso de
irrigação, poda e desbrota, apresentou menor custo total por saca beneficiada e
consequentemente maior lucro. Para cada saca de café beneficiada o lucro foi de
R$ 90,81. O sistema de cultivo tradicional em Cacoal, por exemplo, apresentou
lucro de R$ 60 por saca.


De acordo com Samuel Magalhães Oliveira, pesquisador da Embrapa Rondônia, “o
custo de implantação de uma lavoura do sistema clonal é sensivelmente reduzido
pela precocidade da produção, com colheita expressiva já no segundo ano”. O
custo de mão de obra é também reduzido pela maior produtividade da lavoura.


O sistema melhorado de Alta Floresta foi o que apresentou custo de produção
mais elevado. Isso se explica pelo investimento em adubos e agrotóxicos. Samuel
Oliveira mostra que boa parte desse investimento é feito de maneira inadequada.
“Existe um uso excessivo de agrotóxicos, o que além de caro implica em um custo
ambiental”, explica o pesquisador.


O custo ambiental se evidencia, também, no modo de produção tradicional. O
café é a principal cultura agrícola do Estado de Rondônia e está presente em
aproximadamente 30 mil propriedades, de acordo com Samuel Oliveira.
“Historicamente o procedimento padrão era desmatar para plantar café. A lavoura
empobrecida era abandonada e novas áreas eram abertas, o que é insustentável”,
afirma o pesquisador.


“Aspectos econômicos, ambientais e sociais da produção cafeeira em diferentes
sistemas em Rondônia” é um Comunicado Técnico publicado pela Embrapa Rondônia,
unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Está disponível ao público
gratuitamente na página de publicações do Portal da Embrapa Rondônia: [ http://www.cpafro.embrapa.br/portal/publicacao/216
].

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