Pergunta do Leitor: Qual a melhor cultura a ser consorciada com o café?

Por: Julio Cesar / Pesquisador Fitotecnista / Embrapa Café / Epamig Patrocínio

Pergunta do Leitor:

No atual momento qual seria a cultura a ser consorciada com o café, aqui nas Minas Gerais, que poderia trazer melhor retorno ?

Obrigado, Dutra.


Resposta:

Prezado Sr. Dutra,

A sustentabilidade da cafeicultura depende de forma direta do sistema de produção em evidência, cujas práticas de condução possibilitam maior incremento de produtividade, maior redução de custos e melhor qualidade do produto, sendo exigida racionalidade e freqüente ajustes na aplicação dos insumos e serviços na lavoura.

Na aplicação dessas práticas de condução como o fornecimento de nutrientes e o controle de fitomoléstias, têm induzido muitas das vezes ao respectivo consumo excessivo de adubos químicos e defensivos agrícolas, provocando desequilíbrio nos cafeeiros, aumentando os custos de produção e causando prejuízos ao meio ambiente.

Culturas consorciadas com o café podem contribuir com sua produção aumentando a renda da lavoura ou com sua função de cobertura viva do solo diminuindo os custos. Esta prática cultural que tem como finalidade favorecer a cultura principal, considera-se em sua adoção aspectos agronômicos, econômicos e ecológicos do sistema de produção. Entretanto conforme a espécie e o manejo, poderá acarretar benefícios adicionais ou prejuízos indesejáveis, influenciando de maneira direta no potencial da lavoura.

As espécies a serem consorciadas podem proporcionar benefícios ao café como a fixação simbiótica de nitrogênio, controle de processo erosivo, aumento da estabilidade da matéria orgânica, reciclagem de nutrientes extraídos, redução da infestação de pragas e plantas infestantes e incremento de efeitos residuais na sustentabilidade da cultura. Como prejuízos pode ocorrer disseminação de pragas e doenças, concorrência por água, luz e nutrientes e efeitos negativos no desenvolvimento e na produção do café devido o manejo inadequado.


Plantio de culturas intercalares

O plantio de culturas intercalares ou de culturas de ciclo curto nas entrelinhas ou ruas de café pode ocorrer tanto nas lavouras em fase de formação, produção e recuperação. A finalidade maior deste cultivo intercalar, é fazer um melhor aproveitamento da área, para diminuir os custos de implantação e manutenção, principalmente em lavouras com entrelinhas abertas, através da produção de alimentos de subsistência com geração de renda adicional ao produtor.

Esta intercalação funciona como cobertura que pode também proporcionar benefícios ao café pelo oferecimento de proteção contra ventos, pela melhoria da qualidade de conservação do solo com controle da erosão e retenção de umidade, e ainda pela redução da utilização de mão-de-obra para as capinas das entrelinhas diminuindo os custos.

Embora o cultivo intercalar apresente algumas vantagens, muitas vezes esta atividade pode ser frustrante pelo impedimento da mecanização da lavoura cafeeira e pelo baixo rendimento das culturas anuais, requerendo um melhor planejamento do sistema de produção dos dois cultivos com maior eficiência na aplicação das práticas culturais.

Dentre as culturas intercalares mais plantadas na lavoura de café, destacam-se o arroz, o feijão, o milho, a soja e o amendoim. Quanto ao número de linhas da cultura intercalar, depende basicamente da espécie a ser introduzida e do espaçamento do cafezal, devendo ficar uma faixa livre de plantio com largura de meio metro além da projeção da copa do café em cada lado de suas linhas.

Em plantio realizado nas entrelinhas do cafezal com as culturas intercalares de arroz e feijão em até três linhas, houve contribuição para o aumento na produção de café, e com as culturas intercalares de milho, soja e feijão-de-porco a partir de duas linhas, houve redução na produção média de café.

Num ambiente controlado, visando determinar o grau de competição das culturas intercalares de arroz, feijão, milho e soja com o café, observou-se que a competição é mínima até a fase de floração dessas culturas, podendo haver limitação no desenvolvimento do cafeeiro após esta fase, e que pela ordem, as culturas que menos concorreram com o café foram feijão, arroz, soja e milho.

No controle de plantas daninhas culturas intercalares têm proporcionado determinada eficiência, como o plantio de feijão das águas e da seca que promoveram a redução de 75,5% nos tratos culturais do cafezal, o plantio do amendoim-cavalo (Arachis hipogaea) que inibiu a germinação de sementes de plantas espontâneas e consequentemente diminuiu o número de capinas e o plantio do fumo (Nicotina tabacum) que possibilitou a redução dos serviços de capina do cafezal.

Uma nova opção de cultura intercalar na cafeicultura, foi verificada no estudo do número de linhas de Gladíolo (Gladíolus X grandiflorus) nas entrelinhas da lavoura de café no sul de Minas Gerais, cujos resultados indicam essa cultura comercial como adequada para intercalação no café, não influenciando negativamente no desempenho e nas práticas culturais rotineiras da lavoura, apresentando facilidade de cultivo e retorno econômico, com recomendação de uma ou duas linhas duplas de plantio.


Intercalação de espécies leguminosas

A utilização de plantas como adubos verdes nas entrelinhas da lavoura de café, visa sobretudo a proteção do solo e a melhoria de suas condições, favorecendo o desenvolvimento da cultura principal. Entretanto, determinadas espécies são introduzidas na lavoura, para fazerem o papel de plantas companheiras, com a finalidade específica de controlar plantas daninhas, proporcionando benefícios para o café e reduzindo custos.

Existem espécies que ao serem indicadas para adubação verde no cafezal, podem exercer também efeito físico sobre algumas espécies de plantas daninhas decorrente de seu sombreamento, e ainda, terem persistência de efeito após o corte e distribuição de sua massa vegetal sobre o solo. Outro tipo de efeito de inibição da adubação verde sobre as plantas daninhas, consiste na existência da alelopatia entre plantas, caracterizada pelo mecanismo de uma ação química proveniente dessas espécies adubadoras, reduzindo a germinação e o desenvolvimento de algumas plantas daninhas.

As leguminosas são as espécies preferidas para a prática da adubação verde, pelo fato das mesmas terem a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico, produzirem boa quantidade de matéria orgânica rica em nutrientes e possuírem sistema radicular bem ramificado e profundo, possibilitando maior extração de nutrientes nas camadas mais profundas do solo, que serão disponibilizados para absorção pelas plantas após sua decomposição.

Na escolha da leguminosa a ser plantada como recurso de adubação verde e de controle de plantas daninhas, deve-se levar em consideração o manejo da espécie, a produção de fitomassa, a predominância da população infestante, a competição com a cultura e a densidade de semeadura.

Num trabalho de avaliação da fitomassa de diversos adubos e controle de plantas daninhas em diferentes densidades populacionais de leguminosas com semeadura de 10,20,40,80 e 160 sementes viáveis por m2 , observou-se que maiores incrementos de matéria seca da parte aérea ocorreram com as espécies Crotalaria spectabilis e Crotalaria breviflora em resposta ao adensamento populacional, e as maiores inibições de plantas daninhas aconteceram nas parcelas de mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) e de feijão-de-porco (Canavalia ensiformes) mesmo nas menores densidade de semeadura.

Observando-se modificações na população de plantas daninhas na presença de adubos verdes com espécies leguminosas, visualizou-se que o feijão-bravo-do-ceará (Canavalia brasiliensis), seguido da mucuna-preta (Mucuna aterrimum) e do feijão-de-porco (Canavalia ensiformes) foram as leguminosas com maiores produtividade de biomassa, com a mucuna-preta apresentando maior cobertura do solo e supressão dessas plantas, com as mesmas promovendo alterações na dinâmica de sucessão das espécies.

Num estudo de utilização de adubos verdes como cobertura do solo em sistemas de plantio direto e convencional no cerrado, concluiu-se que o feijão-bravo-do-ceará (Canavalia brasiliensis), a mucuna-cinza (Mucuna pruriens) e o nabo forrageiro (Raphanus sativus) promoveram o controle mais eficiente das plantas daninhas, principalmente pela velocidade inicial de crescimento da mucuna-cinza, pela maior incidência de rebrotação do feijão-bravo-do-ceará e pelo efeito alelopático do nabo forrageiro.

Diversas espécies de leguminosa indicadas para a prática da adubação verde, podem ser plantadas nas entrelinhas da lavoura de café como a mucuna-anã (Stizolobium sp), o labe-labe (Dolichos lablab), a crotaloaria (Crotalaria spectabilis), o amendoim forrageiro (Arachis pintoi), a leucena (Leucaena leucocephalla), a cássia (Cassia mangeum) e a mucuna preta (Stilozobium aterrimum).

Indicações de culturas como adubo verde e também como plantas companheiras no controle das plantas daninhas, tem sido questionada quanto à possíveis concorrências por nutrientes. Um exemplo consiste no caso da leguminosa feijão-de-porco (Canavalia ensiformes(Jacq).D.C.), que possui toxicidade sobre a tiririca (Cyperus rotundus l.), comprovada pela aplicação de extrato de nódulos de raízes de feijão-de-porco, causando inibição do brotamento de tubérculos e apresentação de folhas cloróticas da tiririca. Entretanto, no plantio intercalar de 2,4 e 6 linhas de feijão-de-porco nas entrelinhas de café Catuaí em formação, visualizou-se interferência competitiva desta espécie com o café, causando drástica redução na produção dos cafeeiros.

O plantio de uma ou duas linhas da leguminosa perene forrageira leucena (Leucaena leucocephala) nas entrelinhas de um cafezal com espaçamento de 4 x 2 m, contribuiu para inibir a proliferação e o crescimento das plantas daninhas com redução de seu número de espécies e diminuição da matéria seca, refletindo numa redução de 57% nas despesas com mão-de-obra para capina.

A leguminosa perene nativa do Brasil amendoim forrageiro (Arachis pintoi), vem sendo muito utilizada e tendo destaque como cobertura viva e adubo verde do solo em lavouras de Citrus dos Estados Unidos da América e da Costa Rica, proporcionando resultados favoráveis como a capacidade de fixar nitrogênio no solo, de promover o controle da erosão e de reduzir a infestação de plantas daninhas, patogénos, insetos e nematóides.

O amendoim forrageiro (Arachis pintoi) é uma leguminosa herbácea perene de germinação epígea, com hábito de crescimento rasteiro e estolonífero, podendo alcançar uma altura de até 40 cm, cuja raiz pivotante pode atingir profundidades maiores do que 30 cm. Se desenvolve bem em regiões tropicais com altitudes até cerca de 1.800 m, com precipitação anual superior a 1.200 mm, tendo boa adaptação a solos ácidos e de baixa a média fertilidade, respondendo bem à calagem e adubação. Apresenta boa capacidade de cobertura do solo, tendo tolerância mediana à seca com rápida recuperação no início do período chuvoso e alta tolerância ao sombreamento, sendo recomendada como cobertura verde para cultivos perenes e como banco de proteínas consorciada com gramíneas.

Quando da implantação da cobertura viva com leguminosas perenes, deve-se considerar que as taxas de crescimento dessas espécies perenes são inicialmente lentas, quando comparadas com as leguminosas anuais, requerendo que seja realizada no início uma supressão das plantas daninhas até o completo estabelecimento dessas leguminosas perenes.

No estudo do estabelecimento do amendoim forrageiro (Arachis pintoi) em diferentes densidades e espaçamentos de plantio, verificou-se que a cobertura total do solo ocorreu aos 224 dias após o plantio e que a densidade de oito plantas por metro linear no espaçamento de 50cm entre sulcos de plantio foi a combinação mais adequada para a plena formação da cobertura viva com esta leguminosa.

Na intercalação de leguminosas em cafezal Robusta adulto num solo de média a alta fertilidade em Rondônia, visando o controle das plantas daninhas no período chuvoso e seco, verificou-se em ordem decrescente maior eficiência das leguminosas Pueraria phaseoloides, Arachis pintoi, Desmodium ovalifolium, Canavalia ensiformes e Stizolobium sp, contribuindo para maior redução de mão-de-obra com as capinas. Entretanto, o plantio da leguminosa Arachis pintoi na rua de café Conilon em solo de baixa fertilidade em Rondônia, observou-se tendência de competição da leguminosa com o cafeeiro possivelmente por água e nutrientes.

Num experimento sobre cobertura do solo com amendoins forrageiros (Arachis pintoi e Arachis glabrata), visando analisar sua viabilidade técnica e econômica no cultivo do café no Acre, observou-se que o tratamento café com A. Glabrata mais A. pintoi promoveu os melhores índices de cobertura do solo, em torno de 92% e 96%, respectivamente nos meses de maio e outubro, sendo que o tratamento café com A. pintoi foi que apresentou a menor utilização de mão-de-obra para manter um hectare de café no limpo, gerando uma economia de 25%, comparado ao tratamento testemunha café solteiro.

Na avaliação do desempenho de leguminosas perenes, quando cultivadas como cobertura do solo nas entrelinhas de um pomar de laranja pêra no Espírito Santo, fazendo comparação com a vegetação espontânea, verificou-se que o amendoim forrageiro (Arachis pintoi) obteve o melhor desempenho, produzindo uma fitomassa superior às demais leguminosas, sem ser agressiva à cultura principal, tendo muita aceitação na citricultura regional.

No estudo dos efeitos supressivos dos adubos verdes Arachis pintoi, Crotalaria juncea e Cajanus cajan sobre a infestação das plantas daninhas Bracharia decumbens, Panicum maximum, Bidens pilosa e infestação natural da área, bem como seletividade de herbicidas ao Arachis pintoi, submetido a aplicações em pré e pós-emergência, concluiu-se que a utilização de adubos verdes contribuiu para redução de populações das plantas daninhas testadas, com as infestações suprimidas diferentemente, e que os herbicidas pré-emergentes causaram menor fitotoxicidade e menor redução na produção de biomassa seca do Arachis pintoi, do que os aplicados em pós-emergência, podendo algum destes herbicidas controlar o crescimento do adubo verde e a infestação de plantas daninhas no estabelecimento do Arachis pintoi.

Num experimento sobre avaliação do desenvolvimento vegetativo do cafeeiro e dos efeitos da cobertura do solo de lavoura em formação, observou-se que a cobertura verde de Arachis pintoi nas entrelinhas do café, formou uma vegetação rasteira e densa, impedindo o desenvolvimento de plantas daninhas, representando economia na prática de capina e maior proteção ao solo no controle da erosão.

Trabalho desenvolvido na região norte do Paraná com o pré-plantio de uma linha de feijão guandu (Cajanus cajan) intercalar aos cafeeiros para proteção da lavoura em formação, revelou que com o fechamento das plantas de guandu sobre as linhas, houve redução de luz provocando a diminuição de infestação de plantas daninhas, resultando no índice de 70% em redução de capinas.

Noutro trabalho de avaliação das características fisiológicas e de crescimento de cafeeiro sombreado com guandu (Cajanus cajan) sob três condições de densidade de sombreamento, em comparação com o café cultivado a pleno sol, verificou-se que o excesso de sombra afeta drasticamente a fisiologia e morfologia do cafeeiro, reduzindo as taxas fotossíntese e de transpiração, ocorrendo maior altura de planta, folhas maiores e menor quantidade de matéria seca, conseqüentemente permitindo menor expressão do potencial produtivo da lavoura.


Consorciação de culturas perenes

A consorciação de cultivos perenes com a cultura do café é caracterizada por denominações de sistema agroflorestal, arborização da lavoura e sombreamento dos cafeeiros.

Das características da cultivar de café a ser plantada, além da adaptação das condições de clima e solo, resistência à pragas e doenças e elevado índice de produtividade, considera-se também importante o conhecimento de seus aspectos vegetativos como altura de planta, diâmetro de copa e dimensão do sistema radicular. Esses aspectos que determinam o desenvolvimento e a condução da cultura são imprescindíveis na definição do espaçamento, influênciando na definição de arranjos na consorciação com outras espécies.

Cultivares de café de porte alto como Mundo Novo Acaiá e Icatu exigem maior espaçamento nas entrelinhas de plantio em relação às cultivares de porte baixo como Catuaí, Rubi e Catucaí indicadas para menores espaçamentos. Na adequação do tipo de espaçamento, se objetiva o alcance de um maior rendimento da cultura e diminuição dos custos de produção. Observa-se que a redução de espaçamento nas entrelinhas ou mesmo na linha de plantio diminui a influência das plantas daninhas sobre a cultura do café, proporcionada geralmente pela vantagem competitiva da cultura sobre as espécies infestantes sensíveis ao sombreamento.

Pode-se considerar que a consorciação do café com cultivos perenes, deve contribuir para o aumento da renda e diminuição dos custos pela redução da faixa de capina e da mão-de-obra. Esta consorciação é feita com a participação de uma ou mais espécies, geralmente de ciclo curto ou perene, numa combinação provisória ou permanente, considerando os atributos morfológicos, as interações eco-fisiológicas e os sistemas de manejo.

A consorciação como sombreamento provisório tem a função de proteção do cafeeiro na sua fase inicial de crescimento, sendo indicadas espécies anuais ou perenes de pequeno e médio porte como a cultura da banana, plantando-se no espaçamento variando de 6 x 6 m até 10 x 10 m.

A consorciação como sombreamento permanente geralmente estabelecida concomitante a eliminação do sombreamento provisório, tem a utilização de espécies perenes de grande porte como oleaginosas, madeireiras e frutíferas, plantando-se no espaçamento variando de 10 x 10 m até 15 x 15 m.

Tanto as espécies provisórias como permanentes deverão ser plantadas obedecendo aos traçados das curvas de nível do cafezal e locadas na mesma linha dos cafeeiros para não prejudicar a mecanização nas entrelinhas da lavoura.

O efeito sombreamento na lavoura cafeeira promove a conservação do solo, redução da infestação de plantas daninhas, melhoria na qualidade dos frutos e contribuição para redução dos custos, devendo estar condicionado à potencialidade do solo, à disponibilidade de água e à aplicação dos tratos fitossanitários. Conforme as espécies consorciadas e os espaçamentos adotados, este sombreamento pode ser benéfico ao desenvolvimento vegetativo e produtivo do café com redução da bienalidade de produção e também a melhoria da qualidade do produto com obtenção de bebida suave.

Diversas espécies perenes são utilizadas na consorciação com a cultura do café, como espécies florestais (pinus, freijó, teca e bandarra), frutíferas (mamão, banana, coqueiro e macadâmia) e industriais (seringueira, cacau, pupunha e castanha ). Podem ainda ser consorciadas com o café as culturas da mamona e do abacate, devendo-se fazer com que o nível de sombreamento não ultrapasse o índice de 40% relativo a área do café.

A arborização rala do cafezal pode ser benéfica e recomendável em regiões que sofrem mais variações bruscas de temperatura com problemas de ventos frios, em regiões com calor excessivo, e ainda, em regiões de elevada altitude com influência marítima. Esta arborização racional do café, promove ainda mais benefício quando comparado á cafeicultura no sistema tradicional a pleno sol, possibilitando maior controle das plantas daninhas com redução do número de capinas.

No processo de estabelecimento geral das culturas, observa-se que em monocultivos sobram mais espaços e recursos a serem explorados, o que facilita maior ocupação pelas plantas daninhas, ao passo que, nos sistemas consorciados ou agroflorestais esta ocupação é muito reduzida, devido a área se encontrar intensamente ocupada por arranjos de diversas espécies cultivadas, exercendo maior pressão de controle sobre esta infestação.

A consorciação da seringueira como o cafeeiro se constitui numa modalidade de sistema agroflorestal, combinando as duas culturas por meio de técnicas alternativas de uso da terra, podendo essa combinação ser simultânea ou escalonada no tempo e de caráter temporário ou permanente. De forma geral, em vários estados produtores de café no Brasil, a consorciação de café com a seringueira é uma realidade, havendo diversos arranjos e manejos, possibilitando maiores favorecimentos para as duas culturas.

Atenciosamente,

Julio Cesar / Pesquisador Fitotecnista / Embrapa Café / Epamig Patrocínio


 


Comentário


Pedro dias Moreira 

Comentario: Sou técnico aposentado mas ainda presto algumas informações a produtores que me procuram.Tenho um apreço muito especial com a cultura do café uma vez que esse produto, mesmo não sendo alimento, acho imprescindível para nossa região, uma vez que gera emprego e renda para as famílias.Vejo uma necessidade de arborização dessa cultura e vejo com bom olhos o abacateiro , banana prata e quem sabe até a Macadâmia ? Gostei dessa matéria.Quero propor para Prefeitura e Emater tentarmos promover um evento aqui para divulgarmos essa ideia e quem sabe possamos contar com a experiência de vocês ? OK?

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