24/06/2010
Em 2004, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou o lançamento do Plano Café, com o qual pretendia incrementar a área plantada e a produtividade por hectare do produto. No entanto, o setor cafeeiro, nos últimos anos, evidência uma forte tendência de baixa. Durante seu programa de TV, \”Alô Presidente\”, em outubro de 2004, Chávez assinalou que seriam incorporados 50 mil novos hectares para o cultivo de café, sendo que, em 2007, se esperava contar com uma área de 200 mil hectares plantados com o produto. Da mesma forma, anunciou que a produtividade por hectare aumentaria de 8 quintais (6,13 sacas) para 30 quintais (23 sacas).
Porém, essas metas de crescimento não se concretizaram, basicamente devido ao fato de os produtores receberem créditos com atraso, por não contarem com tecnologia adequada para o cultivo e também por conta dos preços controlados, que se mantiveram estáticos entre 2004 e 2007, afetando, assim, a capacidade de se reinvestir os recursos. De acordo com dados do Plano Integral de Desenvolvimento Agrícola do Ministério de Agricultura e Terras, ao fechamento de 2009 a área plantada de café era de 189.440 hectares, contra os 150 mil hectares que estavam plantados em 2004.
Isso significa que em cinco anos a superfície cafeeira aumentou 26,2%, de acordo com dados oficiais. Não obstante, os cafeicultores estimam que a superfície de plantio historicamente no país varia entre 160 e 170 mil hectares. Em matéria de produtividade, tampouco se cumpriram as projeções do Plano Café. A produtividade por hectare se mantém entre 7 e 8 quintais (5,37 e 6,13 sacas) por cada hectare cultivado, sendo que em lavouras mais velhas a média chega a ser ainda menor.
Naquela oportunidade, Chávez também anunciara a renovação de 50 mil hectares de café, o que não ocorreu. Os produtores reconhecem que as metas de financiamento de 2004 foram observadas, apesar de que com algum atraso, porém, não se teve acompanhamento técnico necessário para a renovação.