21/06/2010 14:09
Trocar experiências e fortalecer contatos profissionais. Essas são algumas das vantagens de fazer parte da maior feira da agricultura familiar da América Latina: a VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo, que teve início na quarta-feira (19) e prosseguiu até domingo (20), em Brasília. O Espírito Santo esteve representado por 50 agricultores e artesãos do Estado, que tiveram a oportunidade de divulgar e vender os produtos típicos capixabas, além de firmar importantes parcerias comerciais.
Esse foi o caso dos cafés orgânicos produzidos em Santa Maria de Jetibá e em Iúna, que foram degustados na Feira. Uma representante comercial indiana visitou o estande do Espírito Santo e aprovou o produto. Após analisar a beleza do grão, aroma e sabor, a comerciante despertou interesse em importar o café capixaba que já é vendido na Alemanha e nos EUA. Os cafés \’Romavary\’, do produtor de Santa Maria de Jetibá, Admir Rossman, e o café \’Boa Família\’, proveniente da Associação Capixaba dos Agricultores Orgânicos e Familiares de Iúna e região do Caparaó (Acaofi), possuem o selo orgânico da certificadora nacional Chão Vivo, e da BCS, que atesta que o produto segue as boas práticas agrícolas exigidas pelos mercados europeu, americano e japonês. Ambos também possuem a marca Fair Trade (comércio justo), que estabelece padrões sociais e ambientais exigidos por alguns mercados mais exigentes. Mas não foi só o café orgânico capixaba que fez sucesso na Feira Nacional. A agricultora de Conceição do Castelo, Jesivalda Botacim Stofel, que possui uma pequena propriedade em que planta café e tagerina e há um ano inaugurou uma agroindústria para produção de biscoitos caseiros com o intuito de incrementar a renda familiar, aproveitou a grandiosidade da Feira Nacional para trocar experiências com produtores de outros Estados Brasileiros. \”Aprendi novas receitas de biscoitos do Rio Grande do Sul e do Paraná. Assim, poderei levar novidades para o meu Município e para o meu Estado\”, conta a produtora, entusiasmada.
Para a coordenadora do Programa de agroindústria do Incaper, Raquel Quandt Dias, que está no evento apoiando os participantes capixabas, o mais importante na Feira não é vender, e sim a divulgação do trabalho do artesanato e da agroindústriado Espírito Santo. \”O resultado podemos perceber depois. É comum recebermos turistas no interior do Estado que afirmam ter conhecido o trabalho dos agricultores familiares durante a Feira Nacional. Além disso, comerciantes de diversos Estados muitas vezes entram em contato com os produtores para fazer encomendas\”, comenta. De acordo com o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, a agroindústria e o artesanato são uma importante fonte alternativa de renda para os agricultores capixabas, e por isso o Instituto incentiva a atividade e presta assitência técnica aos produtores rurais, por meio de diversos cursos e capacitações. \”Em algumas propriedades rurais do Espírirto Santo, 60% da renda familiar é proveniente da agroindústria e do agroturismo. A participação do grupo na Feira Nacional é uma forma de incentivo para que os agricultores mantenham e invistam na atividade\”, afirma. Participaram da Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, 13 associações e cooperativas de agricultores familiares e assentados da reforma agrária com produtos da agroindústria; e mais 4 associações de artesanato do Estado. As 17 associações representam grupos de produtores e artesãos dos municípios de Santa Maria de Jetibá, Itarana, Castelo, Conceição do Castelo,Venda Nova do Imigrante, Itapemirim, Anchieta, Piúma, Iconha, Marataízes, São José do Calçado, Aracruz, Conceição da Barra, Vila Pavão, Montanha e Cariacica.
Além dos expositores, participaram também técnicos do Incaper e de prefeituras, responsáveis pela mobilização dos agricultores e artesãos. O Incaper custeou o transporte para Brasília e hospedagem com café da manhã para 30 agricultores e técnicos. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) arcou com as passagens aéreas e hospedagem dos 17 expositores que representarão oficialmente os empreendimentos selecionados. Dentre os produtos capixabas comercializados durante o evento, estão: socol e embutidos diversos, noz macadâmia, cachaça, mel, café orgânico, sabonete de leite cabra, antepastos, doces, chips de banana, frutas cristalizadas, compotas diversas, biscoitos, fubá de moinho de pedra, geléias, banana passa, bombons e farinha de banana, beiju, tapioca, polvilho, farinha de mandioca, conservas vegetais, queijos variados, melado de cana, açúcar mascavo e uma diversidade de peças utilitárias e decorativas do artesanato feito em coco, fibra de bananeira, bucha vegetal, conchas, sementes entre outros materiais. Participaram da Feira, ao todo, 670 expositores selecionados, de todas as regiões do Brasil. Estima-se que passaram pelo evento mais de 120 mil pessoas até domingo (20). As informações partem da Assessoria de Comunicação do Incaper.