Edson Credidio pesquisador da FAE aponta em livro vários benefícios do consumo do café

Efeitos na saúde humana Nutrólogo e pesquisador da FAE aponta em livro vários benefícios do consumo da bebida

Cidade Tomar café faz bem



Patrícia Azevedo
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
patricia.azevedo@rac.com.br


Poucas coisas são tão acolhedoras no Inverno quanto uma boa xícara de café. A bebida, que está na mesa dos brasileiros desde o século 18, ocupa posição de destaque também nas universidades e centros de pesquisa de todo mundo. Vários estudos já avaliaram os efeitos do consumo do grão na saúde humana. O nutrólogo e pesquisador da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, Edson Credidio tem na ponta da língua os vários benefícios que o consumo do chamado ouro verde pode trazer tanto na prevenção quanto no tratamento de vários males. Em seu livro Alimentos Funcionais na Nutrologia Médica, o especialista conta que a medicina alternativa usa a bebida no tratamento de alcoolismo, bronquite asmática, reumatismo, tosse e artrite, entre outros.


Ele cita pesquisas feitas no exterior que mostram a importância da bebida para a manutenção da memória e para a prevenção de problemas dentários. Alguns dos componentes do café, como o ácido clorogênico, ácido nicotínico e trigonelina, têm o poder de impedir a instalação de bactérias nos dentes. Algumas das substâncias presentes no café têm também ação anti-oxidante.


A pesquisa mais recente sugere que beber de duas a três xícaras de café por dia reduz as chances de desenvolver o Mal de Parkinson em até um quarto. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Porto, em Portugal, analisou 26 estudos anteriores e foi publicada na revista Journal of Alzheimer\’s Disease.


Os cientistas portugueses agruparam os resultados dos estudos anteriores e encontraram uma redução de 25% na chance de desenvolver a doença entre consumidores regulares de café. No entanto, esse número caiu para 14% quando eles estudaram somente mulheres.


Os cientistas ainda descobriram uma ligação direta entre a quantidade de café consumida e a extensão do efeito protetor conferido. A queda do risco aconteceu entre aqueles que bebiam entre duas e três xícaras por dia. Segundo os pesquisadores, \”este estudo confirma uma associação inversa entre o consumo de cafeína e o risco de Parkinson, que dificilmente pode ser explicada\”.


Poucos dias antes, pesquisa semelhante publicada na mesma revista sugeriu que a bebida protege contra o desenvolvimento do Alzheimer. Keiran Breen, diretor de pesquisa e desenvolvimento da instituição de caridade de Parkinson no Reino Unido, declarou que \”nos últimos anos surgiram diversos trabalhos científicos que relacionam cafeína e mal de Parkinson\”. Segundo ele, a personalidade é uma das razões pela qual as pessoas se tornam consumidoras de café ou álcool, por exemplo, e o estilo de vida pode ser determinante para determinar se a pessoa vai desenvolver Alzheimer. \”Eu não diria que as pessoas deviam começar a beber o café agora, para que não desenvolvam Parkinson. Mas é possível que isso seja uma dica e que o café ou a cafeína poderiam ter algum tipo de propriedade de proteção\”, explicou Breen.


Segundo ele, há uma série de benefícios relacionados ao consumo do café. “Entre os efeitos conhecidos da cafeína estão a estimulação do coração e a diurese. A dilatação das vias respiratórias é um efeito menos conhecido que ocorre com um grau ainda mais elevado de teofilina, usado no tratamento da asma”, explica o nutrólogo.


APLICAÇÕES. De dor de cabeça à apneia do recém-nascido, a medicina usa a cafeína em inúmeras aplicações. Segundo o nutrólogo Edson Credidio, além de ser um importante estimulante, a cafeína é muito eficaz no alívio de dores de cabeça. O médico acrescenta que o componente também pode ser usado para melhorar a atenção em portadores de Transtorno de Déficit de Atenção e de Hiperatividade.


Outra aplicação pouco conhecida da cafeína é em tratamentos para a apneia neonatal. “Embora o tratamento oficialmente reconhecido seja com teofilina, em alguns centros do mundo a cafeína te sido a droga de escolha”, conta o pesquisador. (Com agências internacionais)

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