Sábado , 05 de Junho de 2010
O Programa de Condução do Café, criado pelo Governo do Estado em 2005, como incentivo a melhoria na produção de grãos em Rondônia, tem sido um dos principais fatores de dinamização da cultura e da melhoria da qualidade da produção cafeeira no Estado. Com orientações técnicas sobre recepa e poda, tecnificação com biotecnologia agregada ao processo produtivo e acompanhamento de profissional qualificado, a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater) tem levado ao agricultor familiar a oportunidade de investir na cultura do café e obter lucros satisfatórios.
O Brasil ainda é o maior produtor mundial de café e Rondônia está entre os seis maiores produtores do País. O Governo do Estado já investiu R$ 15 milhões em equipamentos na agroindústria e continua incentivando os produtores a produzirem não só o grão, mas também o produto final para comercializá-los nos mercados locais.
Para levar aos agricultores as técnicas ideais para o aumento da produtividade do café técnicos da Emater passaram por treinamento especializado e hoje são referências no Estado quando o assunto é práticas do café. A assistência à comercialização também é oferecida através da Emater.
O extensionista Benedito Alves, de Ouro Preto do Oeste, é um dos técnicos mais experientes na cultura cafeeira. Com 40 anos de experiência, tem percorrido o estado orientando o agricultor na obtenção da qualidade e comercialização do produto.
Segundo Alves é a qualidade que faz a diferença. Em 2009 foram assistidos na comercialização de café 37 agricultores, totalizando 2.878 sacas, com preço médio diferenciado de 17 reais acima do preço dos intermediários. “Nesse ano realizamos atividades sobre qualidade do café, classificação por tipo e assistência a comercialização em diversas localidades do estado e, com isso procuramos melhorar o nível de conhecimento dos nossos cafeicultores no mercado”.
A classificação do café é, sem dúvidas, uma fase muito importante no processo da comercialização do produto, por isso é preciso que o agricultor saiba como avaliar seu produto. Alves tem ministrado palestras e cursos em diversas associações, referentes à qualificação através da classificação e comercialização direta com exportadores ou indústrias de torrefação.
A tabela utilizada é a Tabela Oficial para Classificação e, de acordo com o tipo do café há uma classificação que corresponde à quantidade de defeitos encontrados no grão. Em Rondônia, 35% dos grãos são inferiores, ou seja, abaixo do tipo 8. Quando preparados em máquinas aprovadas como “seletron” (máquinas que separam grãos defeituosos destacando os grãos pretos e ardidos) 70% deles se enquadram no tipo 6 ou 7.
Exportação
A produção cafeeira de Rondônia para a safra 2010/2011 está em torno de dois milhões de sacas de café beneficiado, dos quais 98% é da espécie Canephora, variedade predominante Conillon, considerada uma das melhores do mundo, e tem atraído olhares de exportadores. Recentemente os serviços de Benedito Alves foram solicitados por universitários da Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais, estagiários de uma empresa multinacional, para levantamento geográfico das regiões cafeeiras. “Há o interesse da empresa multinacional em adquirir o café conillon de Rondônia, com qualidade”.
Para o extensionista não é difícil produzir um café com qualidade. Basta que o agricultor siga as orientações dos técnicos da Emater e pratiquem as normas técnicas necessárias desde os tratos culturais até colheita e secagem. “O que precisa mesmo é determinação dos agricultores na hora de produzir o café, pois é ela que o ajudará a definir o tipo de grão que ele que ter na sua lavoura.