Balança comercial tem o menor saldo desde 2002

Por: Jornal do Commercio

ECONOMIA
05/04/2010
 
Balança comercial tem o menor saldo desde 2002
 
 
COMÉRCIO EXTERIOR – Saldo foi o mais baixo para março, apesar do recorde das exportações, fator atribuído ao câmbio e à economia interna aquecida


Apesar do recorde mensal das exportações e importações, o saldo da balança comercial em março foi o mais baixo para o mês desde 2002.


No mês passado, as vendas brasileiras para o mercado externo totalizaram US$ 15,727 bilhões. Já as aquisições somaram US$ 15,509 bilhões.


Com isso, o superávit comercial fechou o mês em US$ 668 milhões. Em março de 2002, esse saldo positivo foi de US$ 603 milhões. No trimestre, o superávit comercial soma US$ 895 milhões, o que representa uma redução de 70% em relação aos três primeiros meses de 2009.


O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, explicou que o superávit comercial em março, apesar de baixo, não é ruim. O resultado reflete o forte aquecimento da economia doméstica e a taxa de câmbio favorável às importações. Enquanto as exportações em março cresceram 27,4% (média diária), as importações subiram 43,3%.


Este mês, dependendo do comportamento das importações, o saldo comercial poderá ser um pouco mais alto, pois a exportação começará a ser influenciada pelo escoamento da safra agrícola.


\”O ritmo das importações está alto, mas não é diferente do que acontece desde o início do ano. O aumento é basicamente por matérias-primas e insumos, que são itens importantes para a indústria brasileira\”, explicou Barral.


INFLAÇÃO. Com o descompasso entre oferta e demanda, já identificado pelo Banco Central, o caminho para evitar um aumento ainda mais forte da inflação será a ampliação ainda maior das importações, o que influenciará diretamente o saldo comercial. Para o secretário, o ritmo de crescimento das compras de produtos estrangeiros não surpreende. \”A estrutura cambial gera um incentivo para as importações\”, ressaltou Barral.


As importações de matériasprimas e insumos registraram aumento de 56,4% de 2009 para 2010, considerando a variação da média diária. A preocupação é com a competitividade dos produtos brasileiros, mas, pelo menos por enquanto, não tem sido atingida de forma significativa. Isso porque, mesmo com o dólar desfavorável para alguns setores do comércio exterior, o Brasil está recuperando alguns mercados, onde a participação havia sido reduzida por conta dos efeitos da crise econômica mundial.


O País conseguiu ampliar as exportações, principalmente, para a América Latina e Caribe, Ásia e Europa Oriental.


Considerando a variação da média diária exportada, houve aumento de 63,5% de 2009 para 2010 para a América Latina, de 29,7% para a Ásia e de 66,2% para a Europa Oriental.


Os principais produtos vendidos foram petróleo, carne bovina e de frango, farelo de soja e café em grão.
 
 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.