BOLSA DE MERCADORIAS 2 – Nascida grande, Bolsa Brasileira de Mercadorias quer ainda mais

Por: Brasil Econômico

DESTAQUE
05/04/2010 
 

Criada a partir da união das sete maiores bolsas, instituição líder do sistema Conab pode integrar outras
 
Mariana Segala e Luiz Silveira
redacao@brasileconomico.com.br

A Bolsa Brasileira de Mercadorias é amais jovemdas bolsas do tipo, mas já nasceu grande. Pudera. Foi fundada, em 2002, a partir da união das então sete maiores bolsas de mercadorias do país. Negocia-se por meio dela aproximadamente 60% do volume dos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas ela não depende deste único nicho para sobreviver. Cerca de metade das suas receitas vem daí, mas ela também tem outros contratos além dos leilões da Conab, ao contrário das concorrentes — que, aliás, podem se tornar aliadas. No Conselho da instituição, já foi aprovada a possibilidade de integração de outras bolsas. “Estamos abertos às intenções de qualquer bolsa que queira fazer parte da BBM”, diz o presidente da Bolsa Brasileira de Mercadorias e diretor da corretora Futura, Joaquim da Silva Ferreira.


Não que se vislumbre um processo imediato de mais consolidação destas bolsas. “Ele acontece, mas é lento”, analisa o superintendente de operações comerciais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Paulo de Moraes Filho. A visão é a mesma entre os possíveis alvos. “Em Pernambuco há duas bolsas. Mas, coma dependência total dos programas do governo, uma só dava conta”, diz o presidente da Bolsa de Hortifrutigranjeiros, Cereais e Produtos Agropecuários de Pernambuco, Roberto Monteiro. Qualquer bolsa, explica Moraes Filho, pode participar do sistema de leilões desde que atenda às condições da legislação e da Conab. “Algumas, por questões particulares, preferem continuar independentes.”


A Bolsa Brasileira de Mercadorias ganha vantagem pela abrangência. Tem representações regionais — as antigas bolsas independentes — em nove cidades e conta com duas centenas de corretoras associadas. É controlada pela BM&FBovespa, que detém 203 títulos patrimoniais. Outros 202 estão comas corretoras. Sendo sociedade sem fins lucrativos, a receita é revertida em prol de si mesma, o que possibilita que invista forte em tecnologia. “Tudo hoje se traduz em sistema. Sevocê tem sistemas bons, com tecnologia de ponta, há chance de sucesso”, destaca Ferreira.


Atividades
Dentro do sistema Conab, alguns nichos são literalmente dominados pela Bolsa Brasileira de Mercadorias, com os cerca de 17 mil clientes (entre produtores, distribuidores, fábricas e exportadores) das corretoras associadas. Caso do mercado de café. “Quando há negócios de subvenção do governo, concentramos até 96% dos volumes da Conab”, diz o assessor de Novos Produtos da bolsa, Edilson Alcântara. O mesmo ocorre com o algodão, em que a participação da instituição beira os 98%.


Para além dos leilões da Conab, os volumes negociados por meio da bolsa alcançam a casa dos bilhões de reais. Com a Conab, os valores atingiram R$ 1,8 bilhão no ano passado, crescimento de 80% frente a 2008. Já a atividadede registro de títulosdo agronegócio (leia mais na página ao lado) movimentou R$ 4,5 bilhões na bolsa em 2009. É menos da metade dos R$ 11,6 bilhões verificados em 2008, inflados em função da crise financeira internacional. “Estamos aperfeiçoando nossos sistema para que esse mercado tenha mais êxito”, diz Ferreira.


Os sistemas da bolsa são também “terceirizados” para a realização de leilões eletrônicos de licitações de prefeituras, outros órgãos públicos e até empresas privadas. Esse segmento movimentou R$ 185 milhões no ano passado, também menos que os R$ 337 milhões de 2008. A atividade de mais destaque em 2009 foi a de registro de negócios de balcão, que somou R$3,5 bilhões.

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