O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse, ontem, que já era esperada uma queda do PIB de seu setor no terceiro trimestre. Ele acrescentou que a queda se deve a fatores como a crise da febre aftosa e à produção de café.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse, ontem, que já era esperada uma queda do PIB de seu setor no terceiro trimestre. Ele acrescentou que a queda se deve a fatores como a crise da febre aftosa e à produção de café. Mas os primeiros focos da doença foram descobertos em outubro. “Tecnicamente isso é esperado. No caso da agricultura, é uma questão natural. Faz parte. Sempre acontece nessa época do ano, quando se tem ano negativo agrícola”, disse ele, antes de deixar Puerto Iguazú, onde participou de uma reunião de comemoração dos 20 anos do início do Mercosul. Para Rodrigues, o crescimento da economia este ano ficará “em 3 e pouquinho”.
Depois de comentar que, este ano, “a agricultura viveu um momento complicadíssimo”, Rodrigues explicou que isto se deveu “aos custos de produção que subiram muito, à produção física que caiu em 20 milhões de toneladas de grãos, sobretudo no Sul do País por causa da seca, entre outros”.
Na opinião do ministro, “são vários fatores que não têm nada a ver com a política econômica e produziram aquele resultado negativo” , porque a “agricultura é uma atividade que tem ciclos econômicos naturais”. E acrescentou: “Quando os preços estão muito baixos, ninguém planta, e aí, os estoques caem. Quando os preços sobem, todo mundo planta e preços caem. Esta questão cíclica é tradicional.” Ele completou que, apesar dos problemas, “acho que vamos superar os 3% de crescimento este ano e o no ano que vem vamos crescer mais.”
Mas, na opinião de Rodrigues, se o crescimento do ano for entre 3% e 4%, não há problema. Ele lembrou ainda que “temos ainda um problema da carne (a aftosa) que não está decidido e vamos deixar de exportar algo próximo de US$ 250 milhões de carne, só que no mercado interno os preços estão subindo. Portanto, do ponto de vista de resultado final, haverá uma resultado positivo no quarto trimestre”.
Ao falar dos problemas com o café, ele observou que como a produção do produto é bienal, “do ponto de vista de produção, é negativo e joga para baixo essa previsão”. Quanto aos reflexos da aftosa, disse que ela reduziu um pouco a produção de carnes naquele momento. “Agora, já se recuperou e a expectativa para o final, é que no caso da carne haja recuperação.”