Café: mecanização amplia renda do trabalhador e aumenta eficiência na colheita

17 de fevereiro de 2010 | Sem comentários Novas Técnicas Tecnologias

Projeto prevê mecanização para ampliar renda do trabalhador e eficiência da colheita do café

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA já estuda a proposta apresentada pelo presidente da Cooparaiso, deputado federal Carlos Melles (DEM-MG) que propõe qualificar a mão-de-obra do trabalhador rural, que atua na colheita de café através da mecanização. “A cafeicultura busca qualidade e redução de custo através da colheita, por isso, nós estamos propondo este projeto que visa a eficiência da colheita por meio da mecanização, valorizando o homem com aquele trabalho braçal, que ele pode fazer através de derriçadores manuais motorizados e não mais através das suas mãos, com isso o trabalhador vai poder fazer o seu rendimento multiplicar por três ou quatro vezes, e consequentemente os seus ganhos também crescerão”, comenta Melles, que preside a Frente Parlamentar do Café no Congresso Nacional e adiantou que nos próximos dias irá procurar ampliar a discussão sobre o tema com os sindicatos dos trabalhadores e dos produtores rurais.

Antes do carnaval, o deputado apresentou o projeto de mecanização do trabalhador rural ao Secretario Nacional de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, que de imediato apresentou ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que por sua vez ficou entusiasmado com a envergadura social e econômica da proposta e pediu providências para sua viabilização para a colheita desta safra.

“Queremos que o governo seja o grande aliado e parceiro no financiamento dessas máquinas com redução de todos os impostos – a exemplo do que foi feito com a linha branca e com as motocicletas”, explica o deputado, reforçando que será buscada a parceria também com os fabricantes, para que o setor produtor possa já na próxima safra ter uma máquina manual de colher café para cada trabalhador. “Com isso, teremos melhoria de qualidade, melhoria de rendimento, qualificando e treinando o trabalhador, melhorando eu repito a sua qualidade de vida e o seu rendimento. É um programa virtuoso, é um programa que certamente terá um grande sucesso”, aposta o dirigente da Cooparaiso.

A disponibilidade de mão-de-obra na região do Sul de Minas, vem se tornando cada vez mais insuficiente para atender a vasta demanda do setor agropecuário em especial para a cafeicultura, sobretudo no período de colheita, que culmina com o período de colheita de cana de açúcar, de forma que esta realidade vem determinando a mudança no processo produtivo do café, dentro do contexto da agricultura regional, soltando as amarras do manejo tradicionais dependente de grande contingente de trabalhadores e ingressando nas operações semi mecanizadas ou mecanizadas que está sendo trabalhado pela Cooparaiso.

Carlos Melles disse estar ciente de alguns entraves, como por exemplo, a disponibilidade das fábricas para a entrega da quantidade de máquinas necessárias para atender todas as regiões cafeeiras. “É preciso uma convergência de propostas e de união de pessoas, é preciso convergência daqueles que são interessados. Quem é interessado? Tem que ser o produtor rural, o trabalhador rural, as suas representações de classe, os sindicatos dos trabalhadores rurais, os sindicatos dos produtores rurais, as suas cooperativas”, explica o deputado.

“Vamos ter que fazer uma parceria com as produtoras de máquinas numa escala surpreendente, temos que saber a capacidade fabril”, analisa Melles, apresentando dados que mostram que a Cooparaiso, ao longo desses últimos três anos, vendeu cerca de 6 mil colhedeiras manuais. “Nós queremos só nesse ano colocar mais de 10 mil colhedeiras na mão de cada trabalhador. Estima-se que em São Sebastião do Paraíso – sede da Cooperativa, na colheita de café estejam envolvidos mais de 6 mil trabalhadores, na região da cooperativa como um todo nós devemos ter mais de 60 mil trabalhadores, e a ideia é fazer esse homem mais eficiente, mais eficaz.

Empreendedor Individual – Além do programa de mecanização, a proposta da Cooparaiso ainda prevê a possibilidade de fazer com que o trabalhador rural possa ver sua profissão formalizada. “Estamos vendo essa possibilidade, o trabalhador pode ser um Empreendedor Individual. Ele poderá até financiar sua própria máquina através do crédito rural, vai haver uma combinação de governo federal, estadual, de cooperativas, de sindicatos e sistema financeiro”, diz o presidente da cooperativa, que se entusiasma ainda com a possibilidade do trabalhador rural ganhar todos os benefícios da formalização como Empreendedor Individual, como por exemplo, cobertura previdenciária, direito à aposentadoria, licença maternidade, regularização de sua atividade profissional e acesso a crédito bancário.

“Ganha todos, eu acho que isso aí é quase a salvação da agricultura, em média 40% do custo de produção do café é composto pela colheita, que é manual e hoje já não tem mais a disponibilidade de pessoas, de mão-de-obra de treinamento de puxar o café de grão a grão, galho por galho, então a facilidade da máquina multiplica por 3 ou 4 vezes o rendimento do ser humano. Facilita o trabalho, melhora a qualidade da colheita, isso tudo é uma convergência positiva”, avalia o presidente da Cooparaiso, que na semana passada reuniu-se com o professor Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras – Ufla, estudando e enriquecendo um documento que deverá ser apresentado oficialmente ao ministro Reinholds Stephanes, com essa proposta revolucionária na colheita do café. Fonte: Coffee Break.

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