OPINIÃO – A SINCAL PASSANDO A CAFEICULTURA A LIMPO!

1 de fevereiro de 2010 | Sem comentários Mais Café Opinião

Bom dia caros amigos cafeicultores e “lideranças” do setor, antes de mais nada gostaríamos de deixar muito bem claro que temos pleno conhecimento da posição de autoridade (democraticamente delegada) que os Srs. Reinold Stephanes (Ministro da Agricultura), Gerardo Fontelles (Secretário Executivo do MAPA), Manoel Vicente Bertone (Secretário de Produção e Agroenergia do MAPA e chefe do grupo de trabalho café), Gilson Ximenes (Presidente do CNC), Carlos Melles (Dep. Federal e Presidente da frente parlamentar do café) e Silas Brasileiro (Dep. Federal), e por isso DEVERIAM ser merecedores de toda a nossa confiança e admiração não só como autoridades mas também como homens públicos. Entretanto, este sentimento de confiança e admiração foi totalmente dizimado quando nós, os CAFEICULTORES, que por sinal também somos Brasileiros, trabalhadores e merecedores do mais PURO RESPEITO DE VOSSAS SENHORIAS, POIS É DAS MÃOS DESTES BRASILEIROS (8 MILHÕES DE PESSOAS) QUE ATRAVÉS DO SUOR, SANGUE E LÁGRIMA,É PRODUZIDO PARTE DE VOSSOS SALÁRIOS, fomos traídos por vocês, aqueles que deveriam nos representar e defender.

Nós, os cafeicultores Brasileiros não queremos mais mentiras e enrolações, que estão servindo apenas para propagandear feitos pessoais tanto de Vossas Senhorias como dos órgãos que representam, nos colocando em uma situação perante a Sociedade Brasileira como os ETERNOS CHORÕES, QUE NÃO QUEREM PAGAR AS DÍVIDAS. Assim, somos tratados como escravos dentro dos bancos, em uma perpétua servidão econômica.

ASSIM, ANALISANDO VOSSAS EXCELÊNCIAS COMO PESSOAS E PELO CURRÍCULUM DE VIDA PÚBLICA QUE CADA UMA APRESENTA, FAREMOS AQUI UM BREVE RELATÓRIO DE FATOS, QUE DEMONSTRAM A FALTA DE RESPEITO E CONSIDERAÇÃO COM ESTES BRASILEIROS (ELEITORES), QUE ESTÃO SENDO PUNIDOS POR PRODUZIREM (TRABALHAREM) DEMAIS!!!!


FATOS



“ O problema da cafeicultura não é generalizado, está concentrado no SUL DE MINAS GERAIS”
Fato: Mais de 25 mil pessoas estiveram presentes nas ruas de Varginha na marcha pelo café (SOS café), produtores e trabalhadores dos Estados de MG, SP, BA, RO, ES, PR (todas as regiões produtoras) estiveram presentes neste evento demonstrando o verdadeiro desespero da cafeicultura NACIONAL.

PERGUNTA: Autoridades, qual o responsável (irresponsável) por esta falsa informação que nos trouxe tantos prejuízos?


“Montaremos um grupo de trabalho para traçarmos uma análise estrutural da cafeicultura nacional”

O grupo de trabalho foi montado com os seguintes membros : 1 representante das cooperativas de produção (Sr. Lucio Araujo Dias – COOXUPE), 1 representante das cooperativas de crédito ( Renato Paiva), 1 representante do CNA (Breno de Mesquita) e 1 representante do governo – MAPA (Sr. Manoel Vicente Bertone- Secretário de Produção e Agroenergia) sendo este o chefe do grupo de trabalho. Esse grupo tinha o objetivo de fazer um levantamento da real situação da cafeicultura nacional, e repassar este resultado para o Ministro da Agricultura, podendo-se assim traçar estratégias conjuntas para solucionar os problemas (dívidas e falta de renda) do setor produtivo (cafeicultor).


2- Fatos: Após mais de 9 meses de enrolação, ficou muito claro que apenas o Sr. Breno de Mesquita (CNA) lutava pela elaboração de uma política de renda e uma prorrogação de dívidas que realmente permitisse ao cafeicultor quitar suas dívidas, enquanto os demais….

– O Representante das cooperativas de produção (Lucio de Araujo Dias – COOXUPE) ficou muito mais preocupado em debater o assunto do PIS/COFINS, que garante ao exportador um desconto de mais de 9% sobre o valor da saca de café adquirida, valor abatido ou restituído na forma de impostos que devem ser pagos a receita federal. Deve-se lembrar que muitas destas cooperativas como a COOXUPE são exportadoras. Outra preocupação do Sr. Lucio de Araujo Dias – COOXUPE foi garantir que os recursos do FUNCAFE (dinheiro do cafeicultor) não fossem utilizados para saneamento das dívidas dos produtores, pois este dinheiro a muito tempo vem sendo utilizado pelas mesmas como instrumento de ancoragem de preços, facilitando a vida dos exportadores. Assim, o FUNCAFE que é manipulado pelas cooperativas em conluio com o Ministério da Agricultura não vem atendendo seu objetivo principal, que é garantir políticas de renda para o cafeicultor, em vez disso, vem servindo para financiar os estoques que ficam a disposição dos exportadores como a COOXUPE. Por isso, o Sr. Lucio Araujo Dias defendeu veementemente a não utilização dos recursos para salvar o cafeicultor, mas sim para salvar as cooperativas.

– O representante dos bancos (cooperativas de crédito e Banco do Brasil) ficou muito mais preocupado em garantir que as possíveis prorrogações não afetassem a captação dos recursos do FUNCAFE para suas carteiras. E, enquanto defendiam abertamente que era necessário a prorrogação das dívidas sem que o produtor perdesse seu crédito, em suas agências, os gerentes diziam em alto e bom som para todos aqueles que buscavam o enquadramento nas prorrogações, “SE ADERIREM AS RENEGOCIAÇÕES DE DÍVIDAS , ESQUEÇAM O BANCO COMO FORNECEDOR DE CRÉDITOS!!!”

– O representante do MAPA , Sr. Manoel Vicente Bertone se demonstrou muito mais preocupado em defender os interesses das cooperativas, exportadores (CECAFE) e a industria (ABIC).
Ficou garantido a ABIC abocanhar uma fatia ainda maior dos recursos do FUNCAFE, tudo com a benção do Ministério da Agricultura.

Quanto ao CECAFE, o Sr. Manoel Vicente Bertone (SPAE) chefe do grupo de trabalho, garantiu a palavra empenhada há meses atrás, onde em nome do Ministério da Agricultura garantiu aos exportadores em Santos, que o governo não atrapalharia o fluxo normal das exportações, demonstrando a falta de vontade em fazer políticas públicas voltadas para o produtor.


“O preço da saca de café está bem abaixo de seu custo de produção, assim defendemos um preço mínimo em torno de R$300,00 a R$320,00”

3-Fato: O grupo de trabalho comandado pelo Sr. Manoel Vicente Bertone, aceitou a fixação de um preço mínimo de R$261,69, valor bem abaixo do custo de produção. Este valor foi calculado com base nos dados da CONAB:

– custo médio por hectare ————————- R$ 7850,00
– produção média por hectare——————– 30 scs
– RESULTADO ————————————- R$ 261,69

Só esqueceram de avisar ao Sr. Manoel Bertone e aos técnicos da CONAB, “que por sinal são reconhecidos pela extrema competência em suas previsões” que o Brasil possui um parque cafeeiro de 2 milhões de hectares, e que se estivéssemos produzindo uma média de 30 scs/hectare, o Brasil já teria alcançado a marca histórica de 60 milhões de sacas a muito tempo.

Segundo dados da própria CONAB e do IBGE, a média de café arábica produzida por hectare no Brasil é de 19 scs, sendo assim, a realidade do preço mínimo seria:

– custo médio por hectare ————————– R$ 7850,00
– produção média por hectare———————– 19 scs
– RESULTADO—————————————–R$ 413,00 (PREÇO DE CUSTO)


Assim, criminalmente falando neste caso compete ações judiciais contra o governo por fixar preço mínimo abaixo do custo de produção. O SINCAL constituiu um grupo de advogados dentro de seu Dep. Jurídico para defender os cafeicultores.

PERGUNTA: Autoridades, vossas senhorias já procuraram saber qual o responsável pelos 30 scs/hectare? Já procuraram saber quem se beneficiou deste valor?

Segundo a CONAB esta média de 30 scs/hectare foi concedida pelas próprias cooperativas, assim repetimos: Qual a cooperativa ou cooperativas responsáveis por este valor de 30 scs/hectare, que prejudicou milhares de trabalhadores?

“O Brasil transferiu seus estoques para os países importadores promovendo assim a queda nos valores pagos ao café Brasileiro. Devemos através dos LEILÕES DE OPÇÃO retirar em 2009, 3 milhões de sacas de café do mercado, e até 2010 iremos tirar 10 milhões de sacas de café, refazendo os estoques governamentais, promovendo assim uma política de alavancagem nos preços”


Fato: Infelizmente o grupo comandado pelo Sr. Manoel Vicente Bertone, conseguiu atrapalhar os leilões desde o inicio:

– Erraram quanto ao tipo de café a ser entregue para o governo, o que provocou uma prorrogação nas datas dos leilões (erro inaceitável por parte de pessoas tão conhecedoras de café).

– Erraram nas datas de entrega dos cafés arrematados nos leilões. Como o cafeicultor totalmente endividado conseguiria segurar seu café até os meses de novembro, janeiro e fevereiro.

– Erraram em não pagar em dia (15 de dezembro) os cafés entregues no primeiro leilão, criando assim uma desconfiança (premeditada) para aqueles (cooperativas) que deveriam entregar os cafés no 2º e 3º leilão, jogando por terra toda a essência dos leilões.

PERGUNTA: Autoridades não existe algo de podre no ar quando estas cooperativas ao invés de entregar os cafés para o governo com um preço de garantia (R$309,00 e R$314,00), preferem vender no mercado por um preço bem abaixo (R$280,00)?

Mais suspeito ainda, são os vencimentos das retenções mais conhecidas como Pré-comercializações (30/01/2010) justamente coincidindo com as datas de entrega dos cafés do leilão de opção. As cooperativas possuem em seus barracões a maior parte dos cafés retidos, e justamente são elas que possuem o maior numero de contratos para entregar ao governo.
Sr. Manoel Vicente Bertone, que política é essa, onde se tira, e ao mesmo tempo se coloca café no mercado. ISSO MOSTRA CLARAMENTE A FAMOSA POLITICA DE SANTOS: “NÃO FALTARA CAFÉ PARA EXPORTAÇÃO”. Assim, nós da SINCAL sentimos que Vossa Senhoria esta mais para representante do CECAFE e ABIC, sem nenhuma ligação e preocupação com a classe produtora.

Assim, não são os cafeicultores, trabalhadores e nem o Brasil que tanto precisa dos recursos que estão sendo beneficiados, e sim, os políticos, falsas lideranças, falsas cooperativas (exportadoras e preparadoras de café para os exportadores), exportadores, e principalmente o mercado internacional que vem comprando café do Brasil sempre abaixo da bolsa de NY.
Sr. Cafeicultores, autoridades que possam nos defender, representantes dos trabalhadores rurais, enquanto estamos recebendo R$270,00 por saca de café, praticamente todos os outros países produtores de arábica recebem R$500,00 por saca. Portanto, fica claro que todos os países exportadores de café arábicos se descolaram da bolsa de NY, enquanto o Brasil é o único pais que ainda segue NY. Esse fato, é demonstrado diariamente nas oscilações da bolsa, quando o dólar sobe o café brasileiro abaixa, ou, quando o dólar abaixa o café brasileiro sobe.
Autoridades, vejam o prejuízo com a falta de gestão, falta de planejamento estratégico, incompetência, interesses políticos, interesses pessoais, conluios e anacronismo.
Quem vai se beneficiar vendendo os cafés abaixo do preço do governo (leilões) para o mercado?

Quem garantiu que o governo não faria estoques de café, e que não faltaria café para exportação?

Quem está se beneficiando com o furo dos leilões de opção?


“Os cafés brasileiros são inferiores aos demais cafés arábicas produzidos em países como Colômbia, Quênia e Centrais”


Fato: O café Arábica Brasileiro representa 46% dos cafés comercializados no mundo, confirmando assim sua ótima qualidade. Mandamos no mercado internacional, somos os maiores produtores, exportadores e 2º consumidores, ou seja, se pararmos de exportar por um mês faltará café arábica na xícara de outros países. Não está faltando qualidade no café produzido no Brasil, está faltando sim:

-VERGONHA NA CARA DAQUELES QUE SE DIZEM LIDERANCAS DA CAFEICULTURA NACIONAL.
-FORÇA DE VONTADE E CORAGEM POR PARTE DAS AUTORIDADES EM ABRIR ESTA COVA PODRE ONDE ESTA ENTERRADA A CAFEICULTURA.



Silvio Marcos Altrão Nisizaki
Coromandel – MG

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