CNC – Setor avaliará medidas do Governo para o café

29 de janeiro de 2010 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

“Decidimos agendar este encontro para traçar um comparativo entre o que solicitamos, o que foi anunciado e o que foi efetivamente implementado pelo Governo”, explicou Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).


Na próxima segunda-feira, dia 1º de fevereiro, as lideranças do setor produtor da cafeicultura nacional se reunirão, em São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas Gerais, com o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Manoel Bertone. O intuito é avaliar a implantação das medidas que foram propostas pelo Governo para o café.


“Decidimos agendar este encontro para traçar um comparativo entre o que solicitamos, o que foi anunciado e o que foi efetivamente implementado pelo Governo”, explicou Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).


Segundo ele, em 2009, um ponto positivo foi a retomada, por parte do Governo, de políticas estratégicas ao setor. “Os leilões de opções de venda e a possibilidade de conversão das dívidas em sacas, de algumas linhas do Funcafé, foram bem recebidas. Contudo, a operacionalidade e os valores envolvidos ficaram muito aquém dos pleitos e, principalmente, da necessidade do cafeicultor no Brasil”, analisou.


Ximenes salientou que o produtor jamais pensou em não honrar seu passivo financeiro, mas, para tanto, necessita que os governantes dêem condições reais para fazê-lo. “Queremos quitar nossas dívidas e o Governo Federal, um dos principais beneficiados com isso, tem que possibilitar que realizemos esse pagamento”, indicou.


Nesse sentido, o presidente do CNC comentou que as ações a serem consideradas, de imediato, são: elevação do preço mínimo de garantia para valores realistas, próximos aos R$ 320,00 por saca; conversão das dívidas financeiras, vencidas e vincendas, atreladas a todas as fontes de crédito, além do Funcafé, por esse valor de R$ 320,00; e flexibilização dessa conversão para também cafés do tipo 7, além dos cafés tipo 6.


“Essa flexibilização para cafés tipo 7 se faz necessária devido à baixa qualidade do produto colhido no ano passado e a possibilidade de que esse fator se repita na safra 2010 em função dos tratos culturais inadequados e das adversidades climáticas que ocorreram nas lavouras”, explicou.


Além disso, ele cobra ações mais pontuais do Governo Federal para o setor produtor da atividade cafeeira. “Os recursos do Funcafé, que é um fundo constituído por dinheiro nosso, dos cafeicultores, têm que chegar nos momentos adequados e não somente após o estrago feito”, criticou.


Ximenes repreendeu, ainda, o atraso — superior a 40 dias — ocorrido para a concretização do pagamento dos cafés referentes à entrega do primeiro leilão de opções. “Isso, além de ter tirado a credibilidade para as entregas seguintes (janeiro, fevereiro e março deste ano), penalizou o produtor, impossibilitando-o de pagar o 13º salário a seus funcionários e de honrar parcelas do endividamento que venceram no fim do ano passado. É por isso que digo que o Governo tem que possibilitar que possamos pagar nossas dívidas”, concluiu.

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