O açúcar chega a principal produto de exportação das cooperativas nacionais e toma o lugar da soja. É o que mostra o levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Segundo o estudo, o derivado da cana acumulou US$ 378,4 milhões, contra US$ 220,2 do grão, no período de janeiro a outubro de 2005. A relação, ao fim de 2004, era de US$ 407,8 milhões para soja contra US$ 230,4 milhões para o açúcar, que ao fim do ano passado, era apenas o terceiro maior produto de exportação do segmento. Com esses resultados, as cooperativas nacionais tiveram uma receita de US$ 1,8 bilhão com as exportações.
Graças à boa atuação do açúcar, cultivada principalmente no Centro-Oeste do País, a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) obteve um ganho de 83,7% de receita, que passou para US$ 565,9 milhões, ou seja, 35% do total nacional. O produto representou 38,5% desse total.
“Os grãos paulistas também tiveram uma boa participação nesse acumulado, graças aos contratos firmados no ano passado. Não acredito em queda acentuada desses produtos, uma vez que os acertos estão sendo feitos mais ou menos como no ano passado”, disse o presidente da Ocesp, Evaristo Machado Netto.
Segundo ele, a grande representatividade alcançada por São Paulo está intimamente ligada ao açúcar e álcool, sexto produto que mais arrecadou até agora, com US$ 152,3 milhões.
“As cooperativas paranaenses, em segundo lugar no ranking das exportadoras, conseguiram um grande destaque devido às carnes, nem tanto pelos volumes embarcados, mas sim porque é um produto de custo alto”, acrescentou.
Netto ainda diz que outro fator de liderança de São Paulo são as exportações de café.
O presidente da Ocesp, que também é diretor da Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia (Carol), diz que a cooperativa deverá manter os níveis de exportação com soja iguais aos de 2004, quando foram embarcados 180 mil toneladas do produto. O executivo não informou o faturamento da Carol. O executivo diz que as exportações são um mercado atrativo para os produtores, graças à demanda do mercado externo aliado a uma maior liquidez. “Nas exportações se consegue o Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), o que possibilita ao produtor um juro mais barato e a possibilidade de um custo de financiamento menor”.
Segundo ele, essa atratividade do mercado internacional não ameaça o mercado interno. “Só é exportado o que o País não consegue absorver, apenas os excessos. Não faltará produto no mercado interno por conta de exportações”.