27/01/2010 – 17h34
Beatriz Cutait | Valor
SÃO PAULO – Com fôlego há sete dias consecutivos, o dólar comercial atingiu nova máxima no ano, ao registrar a maior cotação desde 3 de setembro de 2009 (R$ 1,866).
Com mínima de R$ 1,836 e máxima de R$ 1,871, a moeda americana subiu 1,25% nas operações desta quarta-feira, transacionada a R$ 1,857 na compra e a R$ 1,859 na venda. Desde o início de 2010, o dólar acumula valorização de 6,7%.
Na roda de “pronto” da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), o dólar subiu 1,21%, para R$ 1,8525. O volume caiu levemente de ontem para hoje, de US$ 25,75 milhões para US$ 24,5 milhões. Já os negócios no interbancário caíram de US$ 3,2 bilhões para US$ 1,2 bilhão, no mesmo período.
O Banco Central (BC) voltou a intervir no mercado cambial, por meio do leilão de compra de dólar no mercado à vista. A taxa de corte da operação de hoje correspondeu a R$ 1,8510.
E como acontece toda a quarta-feira, o BC mostrou a movimentação do mercado de câmbio. A terceira semana de 2010 registrou a saída de US$ 84,9 milhões, com déficit de US$ 145,5 milhões na conta financeira e superávit de US$ 60,5 milhões na comercial.
O Banco Central ainda tirou do mercado outros US$ 425 milhões por meio dos leilões à vista, volume menor que os da primeira (US$ 783 milhões) e segunda (US$ 476 milhões) semanas do mês.
Com isso, o saldo líquido entre os dias 18 a 22 foi negativo em R$ 510 bilhões. No período, a moeda americana se valorizou em 2,43% ante o real.
Segundo o gerente de operações da Terra Futuros, Arnaldo Puccinelli, o indicador do BC não refletiu no mercado de câmbio nesta quarta-feira.
“Esses números não significam muito, num momento de estresse para o mercado”, comentou.
Na avaliação de Puccinelli, os fatores que têm contribuído para a apreciação da moeda americana se mantêm no cenário, com destaque para as incertezas referentes à atuação do fundo soberano, a manutenção das compras pelo Banco Central e a deterioração das transações correntes.
No cenário externo, também colaboraram para uma cautela maior dos investidores as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, em meio à expectativa de mudanças no tom dos comunicados divulgados após os encontros.