Brasília (15.1.2010) – “O sistema cooperativista brasileiro vem se desenvolvendo de uma forma consistente com mais de 30 milhões de pessoas envolvidas”, relata o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero.
Para estimular o setor, o ministério investe na profissionalização da gestão, na internacionalização e no acesso a mercados, com a promoção de cursos e a participação de cooperados em rodadas de negócio, missões ao exterior e eventos nacionais e internacionais. “Essa é uma forma de expor a produção cooperativa nacional no mercado mundial, aproveitando esse momento em que o Brasil se destaca como produtor de alimentos”, completa Portocarrero. Para essas ações, o governo aplicou, em 2009, R$ 7,6 milhões.
Início – O cooperativismo foi a solução encontrada por um grupo de imigrantes holandeses que chegaram ao Brasil na década de 1950 e ocuparam os arredores do município de Castro/PR, com o compromisso de desenvolver a agropecuária na região.
A colônia Castrolanda, a 10 quilômetros do centro da cidade, foi fundada pelos imigrantes, em 1951, e preserva a arquitetura típica da Holanda. Um imenso moinho de 37 metros de altura abriga o Memorial da Imigração Holandesa. Nesse cenário foi criada a Cooperativa Castrolanda, uma das mais prósperas do País, com destaque na pecuária leiteira, suinocultura, produção de soja, milho, feijão, batata e trigo.
“Investir em pesquisa e desenvolvimento agropecuário sempre foi a nossa prioridade para agregar valor aos produtos e garantir a sustentabilidade dos associados”, afirma o vice-presidente da Castrolanda, Willen Berend Bouwman. Parcerias operacionais e estratégicas no processo de industrialização contribuíram para alavancar os negócios.
Na cooperativa, são industrializados o leite (em pó, integral, desnatado e creme de leite), batata (chips e palha) e ração. A usina de beneficiamento de leite processa, em média, 150 milhões de litros por ano. Toda a produção é registrada no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e, posteriormente, fornecida às indústrias.
Nos últimos dez anos, o ciclo de crescimento foi de 40% ao ano. Em 2008, o faturamento chegou a R$ 922 milhões. Com as conquistas do sistema cooperativista, a Castrolanda implantou reformas profundas em infraestrutura e introduziu um programa de gestão participativa, que compreende a profissionalização dos produtores, planos de capitalização e de monitoramento. A cooperativa conta com 700 associados e 488 colaboradores das regiões centro-sul do Paraná e sul de São Paulo. (Jean Peverari)