CAFÉ: PRODUTOR NÃO SABE NEM PARA QUEM RECLAMAR SOBRE ATRASO – CORRETOR

Por Fábio Rübenich / fabio@safras.com.br

SAFRAS (06)  O atraso no pagamento do primeiro lote de café entregues à Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) mediante os leilões de opção de venda realizados em 2009 está gerando dificuldades para os produtores. Segundo relato de corretores de café que entraram em contato com a Agência SAFRAS, produtores das três maiores regiões de Minas Gerais e também de São Paulo, além de não receberem até agora os R$ 303,00 por saca prometidos, não sabem nem sequer para quem reclamar sobre o atraso no pagamento. “Não sei se é ainda por conta das festas de final de ano, ou das férias, mas as lideranças da cafeicultura desapareceram, logo em um momento complicado como esse”, disse um corretor, que preferiu não se identificar.

Segundo a fonte, nunca se ouviu falar de um caso parecido “pelo menos na história recente da cafeicultura”, no qual o governo tenha se empenhado em fazer a aquisição do café mediante leilão, mas acabou atrasando o pagamento, prejudicando sobremaneira a atividade do produtor. “Ele tem seus próprios compromissos para cumprir, pagar fornecedores; tem que se preparar para a colheita, investir nos tratos culturais, comprar adubos, enfim”, completou. 

Conforme a fonte, alguns de seus clientes estão questionando se, pelo fato de terem efetuado o pagamento do prêmio da opção de venda para determinada bolsa de mercadorias, não seria essa a responsável pelo pagamento do café entregue, ao menos para os que estão com os pagamentos atrasados. “A Conab está cometendo, na verdade, uma tremenda de uma trapalhada ao atrasar os pagamentos”, finalizou o corretor.

No primeiro lote, foram negociadas opções de venda para um total de 740 mil sacas de 60 quilos, enquanto a oferta fora para 1,0 milhão de sacas. Os arremates teriam chegado a 100%, não fossem os problemas enfrentados pelos produtores interessados em relação aos padrões de qualidade exigidos pela Conab.

O próximo dia 15 de janeiro, já na semana que vem, é a data marcada para o exercício de mais 800 mil sacas, ao preço de R$ 309,00 por saca. (FR)

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