Número de mortes pela chuva no Estado do Rio passa de 60
02 de janeiro de 2010
Pousada Sankay soterrada na Ilha Grande em Angra dos Reis – RJ
O número de mortes causadas pela chuva que atinge o Estado do Rio de Janeiro nos últimos dias passou de 60 neste sábado. Apenas em Angra dos Reis, foram registradas 39 mortes por causa da precipitação em dois deslizamentos – na Ilha Grande e no centro da cidade. Em todo o Estado, há 2.797 pessoas desalojadas e 1193 desabrigadas.
Equipes de busca já encontraram 39 corpos de vítimas dos deslizamentos de terras causados pelas chuvas em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, informaram autoridades na tarde deste sábado.
Em Angra, mais sete vítimas foram localizadas nesta manhã na Ilha Grande, elevando para 26 o número de mortos no local após o desabamento de casas e de parte de uma pousada situadas na Praia do Bananal, na madrugada de sexta-feira, devido a um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas na região.
Outras 13 vítimas foram localizadas no Morro da Carioca, no centro de Angra, onde várias casas foram soterradas também por causa de um deslizamento na noite do Réveillon. As operações tinham sido interrompidas na noite de sexta-feira com nove corpos resgatados.
O prefeito de Angra, Tuca Jordão, decretou estado de calamidade pública e luto oficial por três dias e suspendeu toda a programação de final de ano, inclusive a tradicional procissão marítima que seria realizada sexta-feira. Também a festa dos 508 anos de fundação do município, dia 6, foi cancelada.
Segundo o vice-prefeito de Angra dos Reis, Essiomar Gomes, a área onde ocorreu o deslizamento, na enseada do Bananal, não sofria a ação de desmatamento e de ocupação irregular, havendo inclusive preocupação por parte dos proprietários do hotel, Sônia Imanishi e Geraldo Faraci, em plantar mudas da Mata Atlântica.
“Eles eram extremamente cuidadosos com o meio ambiente e sempre procuraram preservar aquela área ao máximo. O importante neste momento é atender os parentes das vítimas”, disse.
As primeiras equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, a 16 km de Angra e cujo acesso é difícil e apenas marítimo, por volta das 4h30, o cenário era de destruição total. Toneladas de terra, pedras e árvores cobriram não só a pousada, que deveria ter 40 hóspedes, mas também várias casas de moradores da ilha que haviam sido alugadas para veranistas. A possibilidade de encontrar sobreviventes no local foi considerada pequena pelas autoridades.
Em Magé, na Baixada Fluminense, um casal de idosos que estava desaparecido desde a última quarta-feira, foi encontrado na tarde de sexta-feira, pelas equipes do Corpo de Bombeiros, na área de Piabetá. Eles foram soterrados em um deslizamento de terra seguido de desabamento. Com isso, o número de mortos no município chega a quatro, além de 36 feridos, 630 desalojados e 84 desabrigados.
Já no município de Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense, 1,5 mil pessoas ficaram desalojadas, 883 desabrigadas e um óbito foi registrado em decorrência das chuvas.
Na rua Francisco Plácido de Jesus, no bairro Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, 46 adultos e idosos, entre 59 e 90 anos, a maioria em cadeiras de rodas, tiveram que ser retirados do asilo Tiago Félix pelo Corpo de Bombeiros.
Além disso, foram registradas 11 mortes na capital do Estado, duas em Niterói, duas em Belford Roxo e duas em São João de Meriti.
Com informações de agências.