A Solae, joint venture formada por Bunge e DuPont Protein Technologies em abril de 2003, está disposta a tirar a lecitina de soja do lugar comum relegado às commodities agrícolas e transformá-la em marca de referência junto a seus clientes.
O primeiro passo é o lançamento da marca Solec, que acontece neste mês e é seguida de uma estratégia de comunicação voltada a clientes institucionais. Indústrias dos setores de alimentos e cosméticos, entre outras, respondem por 90% do consumo de lecitina de soja no Brasil.
Estima-se que 65% da dieta alimentar dos brasileiros contenha o produto. E, embora ela freqüente a mesa do café da manhã ao jantar – em forma de bolos, pães e margarinas -, essa proteína usada principalmente como emulsionante pelas indústrias ainda é uma completa desconhecida do consumidor final.
O mercado institucional é o principal alvo de indústrias como Cargill, ADM, Coinbra e da própria Solae, principais produtores de lecitina no país. “É um mercado concorrido no qual é preciso criar diferenciais. A marca é um deles”, diz Eduardo Wongtschowski, diretor comercial da Solae para lecitinas. Segundo ele, o processo de comunicação da marca estará concluído em janeiro e será calcada principalmente no envio de malas-diretas, folders e na realização de eventos com demonstração do uso e aplicação da lecitina.
No Brasil, a Solae mira especialmente o mercado de panificação, “que tem sido um dos mais promissores, com crescimento médio em 2004 de 12,3%. Nossa meta com o lançamento da Solec é registrar o mesmo índice de crescimento ao longo de 2006 e 2007”, diz Wongtschowski. A criação da marca Solec é uma estratégia mundial da Solae e o lançamento, em novembro, acontece simultaneamente na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.
Conforme Wongtschowski, os aportes no marketing da nova marca somarão entre US$ 10 mil e US$ 15 mil no exterior e cerca de US$ 4 mil no Brasil. Em 2004, a Solae registrou receita global de US$ 1 bilhão – R$ 400 milhões no Brasil.