O que esperar de 2010
2010 surge com esperança no ar em termos de preços ao produtor. O analista de SAFRAS, Gil Barabach, coloca que a tendência para o ano novo é do mercado retomar a linha ascendente, interrompida com a crise. Talvez seja um objetivo ousado em um ano de grande produção mundial, mas possível. Além disso, há uma “ambição” bem diferente dá de 2009, que era apenas a de sobreviver aos fortes solavancos da crise.
Os primeiros meses do ano devem ser mais promissores em termos de preço, reforça Barabach. NY tende a testar resistências, que, se rompidas, devem dar intensidade à linha de alta dos preços. A favor da alta neste momento está a menor safra brasileira, colhida em 2009, e o fluxo externo mais comedido na Colômbia e América Central. A demanda mais aquecida, diante do inverno no Hemisfério Norte, ajuda a garantir esse cenário mais positivo, diz o analista.
No Brasil, até a entrada da safra 2010 a partir de maio, esse movimento deve ser mais intenso, em função do avanço da entressafra em uma temporada de safra pequena no país. O ágio para as melhores bebidas, em virtude da escassez de produto não só deve continuar como até se intensificar, adverte Barabach.
Embora os destaques sejam mesmo a bebida dura e fina, abre-se também espaço para uma subida geral dos preços, o que poderia favorecer uma melhora para o café rio e riado. No caso da bebida dura, o preço de R$ 300,00 segue como gatilho inicial de venda, com R$ 314,00, preço de exercício das opções de venda para o governo para entrega em março, servindo como segunda referência.
A partir do segundo trimestre do ano o mercado deve mudar um pouco as feições, coloca o analista. A aproximação da safra brasileira, que muito embora seja menor do que o esperado inicialmente, ainda deve ser grande, muda a postura dos compradores, que buscam alongar estoques, reduzindo a sua presença no mercado.
É bom lembrar que os importadores estão bem comprados, dada a reserva acumulada na temporada anterior, acrescenta o analista de SAFRAS. Assim, o mercado tende gradualmente a perder a força altista. E a linha negativa ganha mais intensidade mediante a pressão vendedora, diante do avanço do café novo,
pontua.
Superado o gargalo com o avanço da safra, daí voltam as atenções às floradas. Só que ao contrário de 2010, as projeções para a safra de 2011 são pautadas em carga baixa, respeitando a bienalidade das lavouras. Confirmada a indicação de safra menor, o mercado já começa a precificar um novo aperto na oferta, o que seria positivo para os preços, facilitando a retomada da linha altista já a partir dos últimos meses do ano. “O mercado nos mostra alguns
gargalos, mas também indica boas oportunidades.
O ano de 2010 será melhor para aquele que conseguir melhor aproveitar as potencialidades. Fácil não é. É muito difícil acertar exatamente o pico desses momentos. Assim, distribua seu fluxo de comercial visando aproveitar uma tendência favorável e busque se capitalizar antecipadamente para não ficar vulnerável aos gargalos da temporada. Isso é bem mais fácil de fazer”, recomenda, concluindo, o analista de SAFRAS, Gil Barabach. (LC)