Perspectiva para o café em 2010 – Setor poderá encontrar na C&T em 2010 alternativas capazes de minimizar na cultura do café os efeitos das mudanças c

Setor poderá encontrar na C&T em 2010 alternativas capazes de minimizar na cultura do café os efeitos das mudanças climáticas


Ao final do ano em que líderes de todos os países discutiram, em mais uma reunião mundial, as soluções para enfrentar os efeitos do aquecimento global que se apresenta certo e ameaçador para o planeta nos próximos anos, acreditamos que as perspectivas para a cafeicultura brasileira em 2010 permanecem otimistas.

O agronegócio café brasileiro evoluiu e se profissionalizou, em 2009, alcançando um produto com mais qualidade e sanidade e uma produção com sustentabilidade econômica e ambiental. Essa conquista se deve à crescente incorporação, pelos agentes do agronegócio, das pesquisas que estão disponíveis para o setor. Além da observação de uma série de boas práticas agrícolas que vêm sendo incorporadas ao processo produtivo.

A crescente busca pela certificação do café brasileiro que vem ocorrendo mostra o amadurecimento e a profissionalização dos cafeicultores, que perceberam a grande valorização do seu produto no mercado mundial quando é certificado e sua qualidade atestada.

Hoje o setor dispõe de estudos e resultados que são disponibilizados pelas organizações de C&T que, quando plenamente utilizados pelos produtores, podem minimizar os efeitos danosos das alterações climáticas. Nos últimos anos, materiais genéticos de grande potencial e maturação diferenciada foram desenvolvidos e repassados aos produtores. Estudos têm sido realizados para a seleção de cultivares mais adaptadas à seca e aos extremos térmicos. O crescente uso das cultivares melhoradas pela pesquisa aumenta o potencial das plantas para mais fácil convivência com temperaturas mais elevadas e menor disponibilidade hídrica.

Estudos voltados à irrigação do cafeeiro também reduzem a vulnerabilidade climática da planta. A tecnologia de irrigação no país tem evoluído tanto no desenvolvimento de novos equipamentos e aplicação racional da água, como em novas práticas culturais, com estresse hídrico controlado aliado a adubações balanceadas.

Além disso, as práticas de manejo, como o adensamento e a arborização da plantação, já estão sendo largamente utilizadas pelos produtores como forma a atenuar os efeitos do aumento da temperatura nas regiões produtoras de café. Projetos nas áreas de biotecnologia, agroclimatologia e fisiologia do cafeeiro estão sendo desenvolvidos nas organizações de C&T, estudando as características do clima e das plantas, buscando minimizar as condições adversas da elevação da temperatura, de forma a manter o Brasil na liderança da produção mundial de café.

Com as tecnologias já existentes e disponíveis nas instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café, o agronegócio café brasileiro será capaz de enfrentar, em 2010, os desafios e ameaças que se apresentarem, produzindo café com mais qualidade e valor agregado.
Coordenando o programa brasileiro de pesquisa com café, a Embrapa Café acredita que só a parceria entre instituições de C&T e transferência de tecnologia e o setor produtivo, o trabalho conjunto e integrado e a cooperação mútua serão capazes de promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio café brasileiro.





AYMBIRÉ FRANCISCO ALMEIDA DA FONSECA
Gerente Geral da Embrapa Café

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