Quarta-feira, 09 de dezembro de 2009, 18h00
SILVANA ROCHA
O dólar comercial subiu hoje pelo segundo dia consecutivo e fechou as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,771 (+0,74%), o maior valor desde 2 de outubro deste ano. Em dezembro, a moeda acumula valorização de 0,97%; no ano, o dólar registra queda de 24,15%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista fechou o pregão desta quarta-feira em alta de 0,85% as R$ 1,773; no mês acumula ganho de 1,08%, enquanto no ano a baixa é de 23,35%.
Durante as negociações, a taxa máxima verificada hoje foi de R$ 1,774 e a mínima, R$ 1,747. O Banco Central realizou um leilão à tarde, no qual determinou a taxa de corte das propostas encaminhadas pelas instituições financeiras em R$ 1,7714.
O economista-chefe da Gradual Investimentos, Pedro Paulo Silveira, associou o forte ajuste local ao persistente movimento externo de apreciação do dólar por causa da continuidade da aversão ao risco nos mercados. A cautela foi sustentada, segundo ele, pelo rebaixamento hoje da perspectiva da Espanha para negativa pela agência de classificação de risco Standard & Poor”s.
Silveira afirmou que as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no início da tarde, de que o governo tomará outras medidas cambiais, se necessário, para que não haja excesso de valorização do real frente ao dólar não foram determinantes para a correção de preços hoje. Isso porque o próprio Mantega afirmou que o câmbio “está bem confortável, ultimamente”. “Temos uma desvalorização do real e não uma valorização”, afirmou Mantega, ao comentar os efeitos da decisão do governo de taxar com IOF a entrada de capital externo.
O assessor de investimentos Luiz Roberto Monteiro, da Corretora Souza Barros, também atribuiu ao rebaixamento da perspectiva da Espanha a manutenção da demanda pelo dólar no mercado global. Segundo ele, com o problema relacionado à dívida do conglomerado Dubai World e o rebaixamento ontem pela Fitch Ratings do rating de crédito da Grécia, o mercado redobrou a cautela e passou a buscar proteção no dólar.