09/12/2009 – Porto Velho- A Embrapa Rondônia lança neste mês de dezembro “Cultivo dos cafeeiros Conilon e Robusta para Rondônia”, um sistema de produção com informações técnicas voltadas à mais importante exploração agrícola do Estado. Pesquisadores estimam que o uso das tecnologias reunidas na publicação podem representar um aumento mínimo de 50% na produtividade das lavouras de café em Rondônia, mas esse índice pode ser superior a 200%. O trabalho é assinado por 11 profissionais e foi elaborado em parceria com a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), com patrocínio do Banco da Amazônia e apoio do Governo do Estado de Rondônia e do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café).
O sistema de produção oferece informações a respeito de tecnologias desenvolvidas ou adaptadas aos diferentes níveis de fertilidade natural do solo e às condições climáticas do Estado. Altas temperaturas aliadas à umidade relativa do ar e à baixa altitude fazem das terras rondonienses pouco apropriadas ao cultivo dos cafeeiros. As adversidades, no entanto, podem ser contornadas. Para isso, é importante observar o solo, respeitar épocas de plantio e colheita, as necessidades de irrigação e características das cultivares.
Apesar de resistentes, os cafeeiros Conilon e Robusta (Coffea canephora) exigem certos cuidados no preparo do solo para atingir níveis satisfatórios de produtividade. A maior parte dos solos do Estado de Rondônia apresenta níveis consideráveis de alumínio, o que é prejudicial às plantas. Por isso, é importante que se faça uma avaliação da área de cultivo, com análise de solo, para que seja feita a correção da acidez e a adubação para incremento da fertilidade.
Um dos autores do trabalho, pesquisador da Embrapa Rondônia há vinte anos, o engenheiro agrônomo André Rostand explica que o preparo do solo é apenas uma das medidas que se deve adotar para o aumento da produtividade dos cafeeiros. “Se observarmos os dados da safra agrícola de 2008/2009, veremos que a produtividade média do Estado foi de apenas 14 sacas por hectare. Com o preparo e manutenção do solo e a adoção de tratos culturais adequados, é possível produzir mais de 50 sacas de café beneficiado por hectare”, explica o pesquisador.
Condução dos cafeeiros e controle de pragas e doenças – Uma das tecnologias determinantes de produtividade e qualidade dos grãos é a condução dos cafeeiros. Por apresentar porte alto e muitos galhos se deixadas crescer livremente, as plantas ficam muito volumosas, o que dificulta as práticas culturais, a colheita e o controle de pragas e doenças, além de alcançar baixos índices de produtividade. Por isso, é importante conduzir os cafeeiros com podas e desbrotas de maneira que a planta apresente arquitetura adequada à exploração.
Além de apresentar as técnicas adequadas de condução de cafeeiro, o sistema de produção trata também das principais pragas e doenças que atingem os cafeeiros no Estado. A principal delas é a broca-do-café, um inseto que se alimenta dos grãos e compromete a qualidade do café. As infestações da broca podem ser influenciadas por diversos fatores, tais como clima, sombreamento, espaçamento e colheita. Ácaro-vermelho, lagarta-dos-cafezais e bicho-mineiro também são abordados na publicação. Para cada uma, são oferecidas alternativas de controle químico e cultural. Dentre as doenças, merece destaque a ferrugem do cafeeiro, causada por um fungo, que pode levar a perdas de até 20% na produção.
“Cultivo dos cafeeiros Conilon e Robusta para Rondônia” está disponível na Área de Comunicação e Negócios da Embrapa Rondônia, que fica na BR 364 km 5,5 sentido Cuiabá, em Porto Velho, capital de Rondônia. A distribuição é gratuita e as solicitações podem ser feitas pelo e-mail sac@cpafro.embrapa.br ou pelo telefone (69) 3225-9387.| www.cpafro.embrapa.br