07/12/2009
O Ministério da Agricultura começa nesta semana as compras diretas de café no mercado interno, pelo programa de Aquisições do Governo Federal (AGF). O objetivo é reduzir o volume disponível do grão e evitar uma queda nos preços. “Tanto as cooperativas quanto os produtores podem procurar os armazéns da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB), para agendar as entregas”, informou um comunicado do ministério. O governo pagará os valores mínimos de garantia no produto entregue. A promessa é de desembolsar pelo menos R$ 300 milhões para manter o interesse dos produtores no plantio. Cada agricultor poderá entregar até mil sacas à CONAB.
Apesar do anúncio, os negociantes (traders) não esperam um grande interesse por parte dos produtores pela oferta do governo, especialmente para o café de melhor qualidade. No entender deles, os preços de mercado estão melhores do que os valores mínimos fixados pelo Ministério da Agricultura, tendo em vista que as chuvas prejudicaram a qualidade geral da safra. “O governo só conseguirá comprar o café médio e de qualidade inferior. Para os grão de primeira linha, não haverá oferta à CONAB, pois o mercado não deixará. A procura é grande”, afirmou Carlos Amaral, da corretora A Rural, de Londrina, no Paraná. Pela regra, o café tipo 6 terá como base o preço mínimo vigente, de R$ 261,69 a saca. Já o tipo 7 registra cotações entre R$ 213,17 e R$ 254,02, dependendo da qualidade dos grãos.
O ministério recebeu no primeiro lote – cujo prazo terminou em 30 de novembro – 740,2 mil sacas do total de um milhão esperados. Desse montante, 400 mil foram aprovadas e o restante segue sob avaliação. No comunicado, o ministério não informou porque a entrega ficou aquém do total leiloado, mas se sabe que houve problemas de qualidade no produto recebido. O corretor Carlos Amaral comentou que o volume no mercado de café de qualidade exigido nos contratos com o governo é pequeno.
Dívidas
Além da compra das sobras de café para garantir preços, o governo informou que as operações de conversões de pagamento da linha de financiamento de estocagem do Funcafé (safra 2008/2009) em sacas de café podem ser feitas a partir de hoje. Neste caso, o cafeicultor poderá quitar as parcelas com o produto, e o valor da conversão também será baseado no preço mínimo vigente. O ministério permitirá a trocas de dívida por café em um valor máximo equivalente a R$ 697 milhões, para a safra atual e para a safra 2010/2011.