Gurus de commodities abrem gestora de investimento nos EUA

4 de dezembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Valor Econômico

04/12/09


Panorama Externo: Instituição se concentrará em futuros ligados a matérias-primas físicas.


Asjylyn Loder e Chanyaporn Chanjaroen, Bloomberg.


Geert Rouwenhorst e Gary Gorton, os professores da Universidade de Yale cuja pesquisa, publicada em 2004, contribuiu para desencadear a corrida por matérias-primas, juntaram-se ao ex-diretor de comercialização de commodities do UBS AG e abriram uma empresa.


A SummerHaven Investment Management deverá oferecer gestão de contas futuras, fundos negociados em bolsa e mútuos, assim como fundos exclusivos. Rouwenhorst é sócio e Gorton um consultor-sênior da empresa, sediada em Stamford, em Connecticut. Ashraf Rizvi, 47, que passou 14 anos no UBS, vai dirigir a área comercial da empresa. Gorton, 58, e Rouwenhorst, 49, “são os gurus do setor de commodities, não há dúvida quanto a isso”, disse Matt Hougan, editor da IndexUniverse.com. “Essencialmente, eles foram os primeiros que realmente defenderam manter uma exposição estratégica de longo prazo em commodities na carteira.”


As commodities provavelmente atrairão o recorde de US$ 60 bilhões neste ano, uma vez que os investidores procuram diversificar, disse o Barclays Capital em relatório divulgado em novembro. O total de ativos vinculados a commodities provavelmente subirá para US$ 230 bilhões a US$ 240 bilhões até o fim do ano, segundo o banco.


A SummerHaven vai se concentrar em contratos futuros vinculados a commodities físicas como metais, combustíveis, grãos, gado, assim como café, cacau, algodão, açúcar e suco de laranja. A empresa não vai negociar contratos futuros vinculados a ações, moedas ou taxas cambiais, disse Kurt J. Nelson, 40, que é sócio da SummerHaven e ex-colega de Rizvi no UBS.


“Estamos aqui para fornecer exposição a commodities em toda uma variedade de produtos e para toda uma variedade de clientes”, inclusive fundos de varejo, fundos de universidades e de pensão, disse Nelson, que trabalhou no UBS de 1996 a 1998, e de 2007 até julho. No intervalo, ele trabalhou na AIG.


Nelson – que deu assistência na compra do negócio de índices de commodities da AIG pelo UBS antes de deixar o banco em julho – recusou-se a informar os ativos administrados pela SummerHaven. A AIG é a seguradora que foi socorrida pelo governo dos EUA.


O estudo “Fatos e Fantasias sobre os Contratos Futuros das Commodities”, de Gorton e Rouwenhorst, financiado em parte pela AIG, afirmava que o investimento no índice amplo de commodities teria dado retornos positivos de 1959 a 2004. Os dois são professores de finanças de Yale.


Historicamente, os contratos futuros totalmente colateralizados apresentaram o mesmo retorno para o mesmo nível de risco das ações, escreveram eles no estudo. Em um período longo, as commodities subiram com a inflação e tiveram correlação relativamente baixa com as ações e os bônus, potencialmente subindo quando os outros ativos caíam, disseram eles.


“Tenho certeza que todos os principais fundos de universidades e de pensão têm uma alocação estratégica em commodities, e isso significa que a maioria deles hoje tem uma cópia do estudo na sua mesa”, disse Hougan. O estudo “foi decisivo para a classe de ativos”.


A pesquisa teve grande influência na tomada de decisões tanto dos fundos de pensão quanto nos investimentos em commodities, disse Chris Armitage, diretor de investimentos no Reino Unido da FourWinds Capital Management, gestora de cerca de US$ 1,4 bilhão de fundos em recursos naturais.


A pesquisa “preencheu uma lacuna” para os interessados em investir em commodities que não dispunham dos dados para analisar, disse Rouwenhorst em entrevista por telefone. “Gary e eu percebemos em alguma altura de 2003 que parecia haver interesse em investir em commodities, mas que ninguém havia estudado os retornos de longo prazo dessa classe de ativo.”


Se os seus modelos hipotéticos vão se traduzir em lucros na vida real ainda está para ser visto, disse Michael Frankfurter, gestor da Cervino Capital Management, de Santa Barbara, na Califórnia, uma consultoria em comercialização e investimentos em commodities que administra US$ 10 milhões.


 

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