O dinheiro da aftosa virou cafezinho

15 de novembro de 2005 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: HUDSON CORRÊA DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE








TCU aponta que
verba foi usada em outras despesas da Agricultura

 
Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) aponta que
de 2002 a 2004 verbas do programa de combate à febre aftosa foram usadas
indevidamente, até para compra de café servido no Ministério da
Agricultura.

Os dados mostram que em 2002 houve despesa de R$ 94 mil com
informática e de R$ 100 mil na segurança de cofre. Em 2003, foram gastos R$ 20
mil com café, açúcar e água mineral
para a sede do ministério em Brasília, mais R$ 20 mil com informática e R$ 26
mil com impressoras. No ano passado, R$ 121.165,48 foram usados na compra de
poltronas e mesas para reuniões no ministério.

Os auditores consideram a
aplicação dos recursos “uma impropriedade” que ocorre desde 2002. Informam que o
TCU mandou proibir a prática em 2004.

Dados da mesma auditoria, realizada
de fevereiro a junho deste ano, apontam que o Ministério da Agricultura aplicou
em 2003 e 2004, respectivamente, R$ 6,93 milhões e R$ 31,22 milhões no PNEFA
(Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa). Neste ano -até o dia 10 de
outubro, quando foi confirmado o primeiro foco de aftosa em MS-, tinham sido
gastos só 4,14% do orçamento de R$ 68,81 milhões.

“Não se pode extrair
dos autos justificativas que fundamentem o baixo percentual de execução neste
exercício, 4,14%”, afirmou o ministro do TCU Benjamin Zymler, relator do
processo.

Embora o processo só tenha sido julgado anteontem pelos
ministros do tribunal, Zymler informa que foi enviado ao ministério em julho um
relatório preliminar que “já antecipava a vulnerabilidade das ações de controle
à febre aftosa”. O alerta se referia também à insuficiente fiscalização do
trânsito de animais nas fronteiras.

“Não obstante [o relatório], [o
ministério] ressaltou que a carência de recursos humanos e orçamentário
financeiros constituem os principais empecilhos para o avanço das providências
necessárias ao melhor desempenho do programa [de combate à aftosa]”, afirmou o
ministro.

Outro lado

Procurado por meio de sua assessoria de
imprensa, o Ministério da Agricultura não se pronunciou. Em 14 de outubro, a
reportagem, após obter dados parciais da auditoria, já havia pedido que o
ministério se manifestasse, mas também não obteve
resposta.

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