O Brooklin, em Nova York, é palco de uma silenciosa revolução, segundo o New York Times: “O bairro se tornou uma espécie de incubadora para toda uma geração que adora culinária e que tem como principal diversão a ideia de produzir algo muito gostoso e encontrar um meio de colocá-lo a venda.”
Dois anos atrás os irmãos Rick e Michael Mast lá se estabeleceram. Rick havia estudado e praticado profissionalmente a culinária, chegando a trabalhar com Jacques Torres, fabricante de chocolate em Manhattan, enquanto Michael produzia filmes para cinema e televisão. Hoje, os Mast Brothers são os únicos em Nova York, e dos poucos nos EUA, a fazer barras de chocolate diretamente do grão do cacau. Cada saco com 25 quilos de grãos provenientes da região equatorial – Venezuela, República Dominicana, Equador e Madagascar – é transformado artesanalmente em cerca de 14 barras de chocolate, cada.
Em misturas variadas que incluem desde frutos silvestres a flor de sal. Em Williamsburg, onde estão instalados sua fábrica e loja, há um evidente cultivo de métodos e sabores tradicionais, sempre com uma estética que transita entre o passado histórico e o momento presente, onde as ideias gráficas são determinantes. As fotos de divulgação da Mast Brothers cultuam imagens americanas do século 19, Michael e Rick como colonos, com suas longas barbas. Tudo se assemelha a um certo espírito comunitário dos anos 60 e, do mesmo jeito que no passado, uma certa atitude contrária às grandes corporações por ali se espalha. “É como se gosse uma revolução pré-industrial”, afirma um empresário da região. Mas embora alguns dos artesãos se mantenham em escala singela, outros não.
Toda a atividade se conecta pelo país, cultivando certos valores – a slowfood, a agricultura orgânica, certos modos artesanais do fazer e da comercialização – estabelecendo mais um sistema colaborativo do que de simples comerciantes, uma espécie de rede informal de um bom comércio.
No entanto, parece haver um certo pragmatismo, revelado na produção da Mast Brothers Chocolate. A empresa vem alcançando representatividade nacional, e o design é um dos meios da sua sustentação. Em suas embalagens, as barras são acondicionadas em filme plástico dourado e envolvidas em papéis florentinos estampados, com uma simples aplicação de etiquetas. O projeto revela concretamente uma atitude. Como Michael Mast afirma, “Slow growth, slow design, slow food.” As informações são do site Marketing na Cozinha.