(19/11/2009 16:53)
Roberto Bendaña, produtor de café e ex vice-ministro da Agricultura da Nicarágua, apontou que não está contra melhorar os salários para os colhedores de café, porém considerou que os recentes aumentos aprovados pelo governo elevarão o custo de produção em cerca de 10 dólares por quintal (saca de 46 quilos).
Com isso, o custo total para produzir um quintal poderia chegar a 120 dólares, devido aos outros gastos necessários na lavoura, como as fertilizações. No final da semana passada, o Ministério do Trabalho da Nicarágua oficializou as normas salariais para a safra de café 2009/2010, estabelecendo um incremento de 7 córdobas (34 centavos de dólar) para cada lata (de 12,5 quilos) de café colhida nas regiões norte e centro do país, assim como 3,50 córdobas (17 centavos de dólar) para cada meio colhido no Pacífico, em relação ao verificado em 2008/2009.
A norma firmada pela titular da pasta, Jeannette Chávez, estabelece um pagamento mínimo de 25 córdobas (1,21 dólar) por cada lata colhida, incluindo prestações para as regiões norte e centro, nas quais se localizam os departamentos (Estados) de Matagalpa e Jinotega, os maiores produtores do país. Na região do Pacífico o pagamento mínimo será de 12,50 córdobas (60 centavos de dólar) para cada meio colhido, sendo que essa é a unidade de medida utilizada nos departamentos de Manágua, Carazo e Granada.
O salário com prestações inclui unicamente férias e décimo terceiro proporcional, segundo sustentou Jeannette. Na visão de Bendaña, o fato de haver risco de a mão-de-obra nicaragüense procurar outras nações para colher o café, devido aos valores pagos, o “melhor incentivo é melhorar a situação econômica e política e não o encarecimento dos custos”, disse. Freddy Tórrez Montes, produtor e deputado liberal, indicou que os custos de produção aumentarão substancialmente devido ao fato de a seca ter diminuído a produtividade, sendo que se requer um pouco mais de 20 latas de cereja para se obter um quintal de café.
Em condições climáticas favoráveis, a média é de 18 latas por quintal. José Castro, tesoureiro da Associação de Benefícios Secos da Nicarágua, estimou que o ajuste salarial para os trabalhadores dessas empresas significará um aumento de 8,50 e 9,50 dólares por serviço. “Estamos certos de que o custo da cesta básica subiu, porém, necessitamos que haja uma média de ajuste salarial. Há de se ter a consciência de que produtores e empresas não podem assumir um incremento salarial tão alto”, disse. “Estou de acordo com melhorar os níveis salariais, porém fazer tal coisa de forma drástica, com semelhantes aumentos, é algo complexo”, complementou Castro.
As informações partem da Agência de Notícias do Café.
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