Preço pago a produtor de café tem 1ª alta

Após seis meses de queda, os preços dos produtos agropecuários em Minas Gerais aumentaram 2,1% em outubro, no comparativo com setembro.

11 de novembro de 2005 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: HOJE em DIA por Cássia Eponine

Após seis meses de queda, os preços dos produtos agropecuários em Minas Gerais aumentaram 2,1% em outubro, no comparativo com setembro. No acumulado do ano, no entanto, o Índice de Preços Recebidos pelos Produtores (IPR), apurado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), continua apresentando queda acentuada de (-9,7%). Apesar da recuperação, o economista do Departamento Técnico da Faemg, Sérgio Avellar, avalia que o ano já está perdido.

‘Mesmo que tenhamos aumentos em novembro e dezembro, devemos fechar 2005 com deflação dos preços agrícolas no Estado’, avalia. Segundo Avellar, a baixa nos preços pode se refletir, em 2006, em diminuição da área plantada, no caso de grãos, redução da expansão do rebanho mineiro e da taxa de crescimento da produção de leite no Estado.

Os dois produtos que puxaram a alta em setembro, de acordo com o levantamento da Faemg, foram o boi gordo e o café. A alta do boi gordo, de 9,6%, foi puxada pela retenção dos animais nos primeiros dez dias do mês e pelo fato de as cotações estarem muito baixas nos últimos meses. No acumulado do ano, a arroba apresenta queda de 12,66%.

‘A tendência, antes do surto de aftosa, era de recuperação dos preços. Com a entressafra e a retenção de animais, que começou na segunda semana de setembro, os preços começaram a reagir em outubro, mas se estabilizaram’, aponta Avellar. De acordo com o economista, a arroba do boi gordo no Estado está cotada a R$ 53,50. Antes do surto, a projeção do mercado futuro para o início de novembro era de R$ 60,00. O foco no Mato Grosso do Sul foi identificado em 9 de outubro. Para Avellar, a tendência, caso se mantenham as condições atuais, com São Paulo embargando o boi vivo do Mato Grosso do Sul e aumentando as compras de Minas, é de oferta interna enxuta no Estado e, conseqüentemente, manutenção da alta.

No caso do café, segundo Avellar, a alta se deve à expectativa do mercado externo de que a próxima safra deverá ficar abaixo do esperado: além da queda natural no Brasil, houve redução dos estoques nos países da América Central, por causa dos furacões e tempestades tropicais que atingiram a região.

As principais baixas foram nas cotações do leite, milho e soja. O leite já acumula queda de 10,45% no ano. Em outubro, os preços caíram 3,26% em relação a setembro. O milho apresentou retração de 2,44%, mas no acumulado do ano registra alta de 9,23%. A soja mantém a tendência de queda desde o início do ano: em outubro caiu 1,73%. No acumulado do ano, a redução já chega a 13,63%.

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