Um leilão com ágio de 106,1% no preço médio da saca foi o primeiro resultado que o II Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais trouxe para os produtores premiados. Em venda realizada nessa semana, os melhores lotes de café do Estado foram negociado
Um leilão com ágio de 106,1% no preço médio da saca foi o primeiro resultado que o II Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais trouxe para os produtores premiados. Em venda realizada nessa semana, os melhores lotes de café do Estado foram negociados a até R$ 855,00 a saca, caso do café orgânico certificado produzido em Nepomuceno e vendido à empresa Café Toko. O produtor Carlos Daniel Cláudio e os outros quatro vencedores da disputa receberam ontem a premiação na Emater-MG. Durante a solenidade, o presidente da Emater, José Silva Soares, confirmou que a Secretaria da Agricultura lança, ainda neste ano, um selo mineiro de qualidade que agregará ainda mais valor ao café mineiro.
“O programa se baseará em contratos de resultado com os produtores. E o selo mineiro terá a vantagem de atingir também os pequenos, que representam 70% da produção cafeeira de Minas. Eles não têm recursos para bancar uma certificação”, aponta José Soares. Na categoria familiar, Luiz Paulo Dias Pereira Filho, de Carmo de Minas, venceu com o café natural, enquanto Carlos Roberto dos Santos, de Pedralva, ficou em primeiro lugar com o café cereja descascado. Já na categoria café empresarial natural, o vencedor foi José Antônio de Faria, de São Sebastião do Paraíso. E José Bernardes Santana, de Araponga, venceu com o café cereja descascado. O produto atingiu a cotação de R$ 495,00 no leilão realizado em Lavras e um lote de 30 sacas foi vendido para a Cooxupé.
Fundador da Associação de Produtores de Cafés Especiais de Araponga, na Zona da Mata, José Bernardes garante que seu produto alcança hoje, em condições normais, no máximo R$ 280,00 por saca. “O segmento de cafés especiais vem crescendo, mas ainda abaixo da demanda mundial. Quem vende para a Illy (italiana), por exemplo, vem alcançando ágio de R$ 80,00, em média, por saca”, aponta. Bernardes, que cultiva café em 105 hectares, acredita também que o selo mineiro de qualidade e rastreabilidade atenderá demanda de exigentes mercados como Japão, Estados Unidos e Europa.
Já o presidente da Emater-MG, destacou a importância do concurso de qualidade de café, uma vez que o produto corresponde a 40% das exportações de Minas. “Neste ano, a média de qualidade foi tipo 2, enquanto em 2004, a média foi tipo 4. Além disso, tivemos mais inscrições”, comemora. De acordo com a Emater, o número de cafeicultores inscritos aumentou 50% neste ano, passando de 652 em 2004 para 980 amostras em 2005. A região de Guaxupé registrou a maior concentração de amostras: 253 inscritas em 16 municípios.