Quarta-feira, 04 de novembro de 2009, 19h43
SILVANA ROCHA
O dólar continuou em queda hoje no Brasil, amparado por um fluxo cambial levemente positivo e pela volta do apetite por risco no exterior. O dólar comercial fechou o dia em queda de 0,97%, cotado a R$ 1,728 no mercado interbancário de câmbio. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 1,04%, a R$ 1,728.
Durante o dia, os investidores venderam dólares e aplicaram recursos em moedas de países emergentes, como o real, em ações e commodities, como o petróleo e o ouro. A percepção de que o dólar manterá um rendimento inferior ao das demais moedas, já que o país deve demorar mais que os outros a subir o juro, motivou o movimento.
Nos Estados Unidos, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) anunciou, após o encerramento dos negócios à vista, a manutenção dos juros dos Fed Funds na faixa de 0% a 0,25% ao ano. Em seu comunicado, o Fomc destacou que o Fed vê taxas excepcionalmente baixas por período prolongado, diante do desemprego ainda elevado e da inflação baixa.
Muitos dos investidores que venderam dólares migraram para investimentos em ações e commodities. Por isso, as Bolsas exibiram ganhos pelo mundo todo e houve espaço para a subida do petróleo e do ouro. Mais cedo, o Banco Central brasileiro divulgou os dados sobre o fluxo cambial, que não influenciaram diretamente nos negócios.
Segundo o BC, o fluxo cambial em outubro registrou ingresso líquido de US$ 14,598 bilhões, o maior saldo desde junho de 2007. Na última semana do mês, já sob as novas regras de tributação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro, o fluxo cambial teve ingresso líquido de US$ 1,757 bilhão. Após a cobrança do IOF, a média diária de entrada de recursos na chamada conta financeira – que soma as transferências feitas para a compra de ações e títulos, além do investimento produtivo – caiu 74,9% na comparação com o período anterior. No acumulado do ano até 30 de outubro, o fluxo cambial tem ingresso líquido de US$ 22,856 bilhões.