Estatal quer ser a maior exportadora de café da Etiópia

04/11/2009


A Guna Trading House Plc, empresa que pertence ao partido predominante da Etiópia, disse que planeja se tornar um dos maiores exportadores de café do país, levantando preocupações entre os especialistas da indústria de que as empresas privadas possam ser pressionadas.


A companhia começou a exportar seus grãos em junho e pretende exportar pelo menos 12 mil toneladas de café até junho de 2010, disse o gerente geral da Guna, Mulualem Berhane. “Temos a intenção de exportar para Europa, Estados Unidos e China”, disse ele, acrescentando que a Guna está entre pelo menos quatro companhias pertencentes ao Estado.


A Etiópia é o maior produtor de café da África e essa atividade representa 26% das receitas de exportação do país. O país exportou 134 mil toneladas de grãos no valor de US$ 375,8 milhões no ano passado, de acordo com o Ministério do Comércio.


Apenas três exportadores enviaram mais de 10 mil toneladas no ano fiscal que acabou em julho de 2008, de acordo com dados da Associação de Exportadores de Café da Etiópia. Esses três, que juntos representam mais de um terço dos envios da nação, foram fechados em março após o Governo os ter acusado, junto com outros exportadores, de estocar ilegalmente café.


Em abril, a estatal Ethiopian Grain Trade Enterprise, começou a operar um negócio de exportação de café. No começo desse mês, a companhia disse que compraria cerca de 10 mil toneladas nesse ano.


O presidente da Câmara de Comércio da Etiópia, Eyesus Work Zafu, disse que as companhias estatais têm melhor acesso a créditos, regulamentações e oportunidades mais favoráveis. “O governo tem sido um fator econômico preponderante no país. Quando o setor privado está envolvido em atividades similares às das empresas públicas, como bancos e seguros, a preferência é dada às companhias do Governo. O mercado não está no mesmo nível”, protestou.


Um relatório de investimentos na Etiópia de 2009 feito pelo Banco Mundial disse que “existe uma impressão de que fundações e empresas estatais se beneficiam de acesso privilegiado a políticos e recursos e estão consequentemente capazes de competir em termos injustos”.


Berhane, da Guna, negou isso e disse que a presença do Governo e de companhias paraestatais no mercado melhorará a ética do comércio de café da Etiópia. O Governo também negou que a entrada de paraestatais na indústria seja parte de um esforço para aumentar o controle da indústria.


A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.



Fonte: Café e Mercado

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