Demanda por fertilizantes dá sinal de reação

22 de outubro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

21/10/2009 – A demanda por fertilizantes confirmou as expectativas e começou a aumentar em agosto no país, às vésperas do plantio da safra 2009/10 de grãos – em Mato Grosso, a semeadura de soja, carro-chefe da produção agrícola do país, teve início em meados de setembro.


A recuperação, porém, parece ter vindo tarde demais para que as empresas da área recuperem as perdas acumuladas no ano, sejam elas produtoras de matérias-primas, como Fosfertil e Copebrás, ou misturadoras, aquelas que têm no produto final a principal fonte de receita, como as múltis Bunge, Mosaic e Yara e a nacional Heringer.


“Demanda não é tudo. Os preços estão mais baixos que em 2008 e os resultados estão comprometidos. O mercado está horrível”, reclama um executivo saudoso dos saltos de demanda e preços observados do fim de 2006 até agosto de 2008, antes até do aprofundamento da crise financeira mundial, que paralisou de vez o mercado.


A situação doméstica reflete uma tendência internacional, já que o Brasil, em situações normais – hoje os estoques ainda estão elevados -, importa 70% dos nutrientes que compõem os fertilizantes. Conforme analistas, o golpe será acusado nos balanços das empresas brasileiras do segmento no primeiro semestre. No front externo, o cenário não é muito diferente.


Segundo dados apresentados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) à Câmara Setorial de Insumos Agropecuários, as entregas das misturados às revendas no Brasil somaram 2,650 milhões de toneladas em agosto, 8% mais que em julho e 27% acima do mesmo mês de 2008. Mas em agosto de 2008, antes do aprofundamento da crise financeira, houve forte desaceleração das vendas no país, decorrente de antecipação das compras em 2008 provocada, em parte, pelo temor dos agricultores de que os preços da época, já elevados, subissem ainda mais.


Nos oito primeiros meses do ano, as entregas alcançaram 13,474 milhões de toneladas, 16% menos que em igual intervalo de 2008. Mas até julho a queda em relação aos sete primeiros meses do ano passado foi de 22%, o que comprova a aceleração.


Como a primeira projeção do governo para a produção brasileira de grãos em 2009/10 sinalizou um aumento de 2,9% a 4,8% sobre 2008/09 (135,2 milhões de toneladas), é de se esperar que as próximas estatísticas mostrem novas elevações nas entregas de adubos.


Segundo o governo, que discute um novo marco regulatório para o segmento de fertilizantes, parte do aumento da produção de grãos virá de um clima mais favorável às lavouras, mas outra parcela virá do maior uso de insumos como fertilizantes, que estão cerca de 30% mais baratos do que em 2008.


Conforme a Anda, em 2008 as entregas acumuladas chegaram a 22,429 milhões de toneladas, 9% menos que o recorde histórico de 2007. Fontes do segmento acreditam que ainda é possível que o resultado de 2009 pelo menos empate com o do ano passado em volume, apesar de a rentabilidade do negócio estar condenada a piorar.


As informações partem do Agrolink.



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Demanda por fertilizantes dá sinal de reação

21 de outubro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: VALOR ECONÔMICO -SP

21/10/2009 

A demanda por fertilizantes confirmou as expectativas e começou a aumentar em agosto no país, às vésperas do plantio da safra 2009/10 de grãos – em Mato Grosso, a semeadura de soja, carro-chefe da produção agrícola do país, teve início em meados de setembro.


A recuperação, porém, parece ter vindo tarde demais para que as empresas da área recuperem as perdas acumuladas no ano, sejam elas produtoras de matérias-primas, como Fosfertil e Copebrás, ou misturadoras, aquelas que têm no produto final a principal fonte de receita, como as múltis Bunge, Mosaic e Yara e a nacional Heringer.


“Demanda não é tudo. Os preços estão mais baixos que em 2008 e os resultados estão comprometidos. O mercado está horrível”, reclama um executivo saudoso dos saltos de demanda e preços observados do fim de 2006 até agosto de 2008, antes até do aprofundamento da crise financeira mundial, que paralisou de vez o mercado.


A situação doméstica reflete uma tendência internacional, já que o Brasil, em situações normais – hoje os estoques ainda estão elevados -, importa 70% dos nutrientes que compõem os fertilizantes. Conforme analistas, o golpe será acusado nos balanços das empresas brasileiras do segmento no primeiro semestre. No front externo, o cenário não é muito diferente.


Segundo dados apresentados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) à Câmara Setorial de Insumos Agropecuários, as entregas das misturados às revendas no Brasil somaram 2,650 milhões de toneladas em agosto, 8% mais que em julho e 27% acima do mesmo mês de 2008. Mas em agosto de 2008, antes do aprofundamento da crise financeira, houve forte desaceleração das vendas no país, decorrente de antecipação das compras em 2008 provocada, em parte, pelo temor dos agricultores de que os preços da época, já elevados, subissem ainda mais.


Nos oito primeiros meses do ano, as entregas alcançaram 13,474 milhões de toneladas, 16% menos que em igual intervalo de 2008. Mas até julho a queda em relação aos sete primeiros meses do ano passado foi de 22%, o que comprova a aceleração.


Como a primeira projeção do governo para a produção brasileira de grãos em 2009/10 sinalizou um aumento de 2,9% a 4,8% sobre 2008/09 (135,2 milhões de toneladas), é de se esperar que as próximas estatísticas mostrem novas elevações nas entregas de adubos.


Segundo o governo, que discute um novo marco regulatório para o segmento de fertilizantes, parte do aumento da produção de grãos virá de um clima mais favorável às lavouras, mas outra parcela virá do maior uso de insumos como fertilizantes, que estão cerca de 30% mais baratos do que em 2008.


Conforme a Anda, em 2008 as entregas acumuladas chegaram a 22,429 milhões de toneladas, 9% menos que o recorde histórico de 2007. Fontes do segmento acreditam que ainda é possível que o resultado de 2009 pelo menos empate com o do ano passado em volume, apesar de a rentabilidade do negócio estar condenada a piorar.

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