O Instituto Ibope afirmou nessa quinta-feira (15), por meio de nota à imprensa, que “não há sentido” em fazer uma comparação entre a pesquisa sobre os assentamentos brasileiros que foi solicitada pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – e os demais estudos do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Segundo o Ibope, trata-se de “universos distintos”, já que a pesquisa divulgada esta semana pela CNA refere-se apenas aos “assentamentos consolidados em nove Estados brasileiros”.
“A pesquisa trata de condições gerais de vida dos assentados e não somente do tipo de atividade econômica praticada pelas famílias. O Ibope espera, com este estudo, contribuir para um debate mais amplo do que este que tem ocorrido até este momento, centrado exclusivamente na questão da produção ou não nas propriedades pesquisadas, já que o escopo do estudo é muito mais amplo”, diz o Ibope, na nota.
A pesquisa da CNA, elaborada pelo Ibope, afirmava, entre outras coisas, que 72% dos assentamentos do país não produzem o suficiente para gerar renda e que 37% dos assentados brasileiros vivem mensalmente com, no máximo, um salário mínimo. Na quarta-feira (14), o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – criticou a pesquisa, afirmando que ela não tem relevância porque analisou apenas nove assentamentos.
O Ibope negou ter qualquer posicionamento sobre a reforma agrária no país e disse que “todas as informações da pesquisa foram levantadas diretamente com os responsáveis pelas famílias, dentro das propriedades”.