Colheita bem-feita evita repasse no controle da broca

16/10/2009 – O padrão tecnológico da cafeicultura do Paraná, estabelecido a partir de 1992 com o Plano de Revitalização é claro: para produzir com qualidade o cafeicultor deve fazer a colheita perfeita, permitindo a convivência em baixos níveis de população do besourinho preto, denominado de Hypothenemus hampei, popularmente conhecido por broca do café.


Esse inseto, apontado como uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil, veio no início do século passado da África, está atualmente em todos os estados produtores, causando sérios prejuízos ao cafeicultor, garante o engenheiro agrônomo Romeu Gair, extensionista do instituto Emater, integrante do Projeto Cadeia Produtiva do Café.


“Na avaliação feita dos cafés inscritos nas etapas regionais do Concurso Café Qualidade Paraná 2009, a comissão julgadora de classificação e degustação, eliminou vários lotes concorrentes devido a alta incidência de grãos brocados, porque eles afetam o peso, o aspecto, o tipo e a bebida”, destaca Gair.


Para o cafeicultor familiar Fábio Gonçalves dos Anjos, vencedor juntamente com o seu parceiro Zaldenir Gonçalves da única categoria promovida do café natural da etapa regional de Londrina, “a colheita perfeita é a estratégia fundamental para reduzir custos de produção e principalmente para quem produz café orgânico, onde é proibido o uso de agrotóxicos.”


O procedimento técnico no Sítio Boa Vista, na estrada Apucaraninha, km 5, distrito londrinense de Lerroville, nos oito hectares ocupados com 35 mil plantas no sistema adensado e orgânico, é a monitoria da presença da praga e controle biológico pela Beauveria bacciana. “Com a estratégia das iscas, nós sabemos exatamente quando e qual é a população da broca na lavoura e pela informação estabelecemos as táticas de combate”, assegura o cafeicultor Fábio.


Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador Rodolfo Bianco, do Iapar, o cafeicultor tem que ter um senso de profissionalismo muito apurado para colher todos os frutos da planta e assim evitar a presença da broca, que ataca frutos verdes, maduros e até secos, na safra seguinte.


“É necessário mais atenção em caso de fazer repasse (coleta dos grãos que ficaram após a colheita na planta e caídos no chão) nas áreas infestadas e de baixadas, que podem ser ambientes úmidos, como pedir para que o vizinho cafeicultor também faça repasse na lavoura, caso tenha feito uma colheita com pouco critério. Portanto, a colheita perfeita elimina o foco da praga e dá economia de mão-de-obra ao não precisar pagar o repasse, que é caro e por vezes mal feito “, alerta Bianco.


As informações partem do Carvalho News / Café e Mercado.

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