Uma área de 13 mil hectares plantados há cerca de 5 anos no oeste do estado impulsiona a cafeicultura baiana. A região é considerada a de maior produtividade do mundo, colhe 60 sacas por hectare.
Mesmo ainda sem contar com uma política especial do governo federal, a Bahia já
vem se destacando internacionalmente na produção de café fino, inclusive
revelando significativos desempenhos em novas zonas de produção, como vem se
verificando em uma área de aproximadamente 13 mil hectares plantados há cerca de
cinco anos no oeste do estado. A região já é considerada a de maior
produtividade do mundo, colhendo aproximadamente 60 sacas por hectare. Para a
Associação de Cafeicultores da Bahia (Assocafé), a Bahia tem todas as condições
para se tornar o primeiro lugar na produção de café fino.
A Chapada
Diamantina é uma das regiões que já vêm registrando excelente desempenho na
produção desse tipo de café nos leilões internacionais realizados via internet.
No ano passado, a Associação Brasileira de Cafés Especiais classificou o produto
originado de duas plantações da Chapada entre os 20 melhores cafés do país. No
total, o estado produz café em três regiões: Cerrado, Planalto e Atlântico – no
litoral. Tanto o Cerrado como o Planalto produzem o café arábica, que é o que
possui maior aroma e sabor, sendo mais comumente comercializado no mercado
interno. A região do Atlântico produz o café conilon, ou robusta, mais utilizado
para ligas de café solúvel.
A área total de produção de café no estado é
de 130 mil hectares. Conforme estimativas da Assocafé, a safra atual deve
alcançar 2,4 milhões de sacas, correspondendo a um aumento de 15%. A Bahia tem
atualmente cerca de 10 mil cafeicultores. O setor é responsável pela geração de
130 mil empregos diretos, absorvendo mais 260 mil pessoas na colheita, entre
maio a outubro. No Brasil, existem cerca de 330 mil fazendas de café, que
absorvem a mão-de-obra de 8 mil pessoas, para uma produção de aproximadamente 29
milhões de sacas. O país é o primeiro produtor mundial, sendo que Minas Gerais
responde por mais de 50% da safra nacional do café comum. Em consumo, o país
fica em segundo lugar, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O
governador Paulo Souto defende a necessidade do governo federal investir em mais
infra-estrutura para o fortalecimento da cafeicultura no Brasil. Para ele “é
preciso melhorar a capacidade das áreas que produzem café ou que tenham vocação
natural para este cultivo, com mais estradas, energia e projetos de irrigação”.
A posição de Souto é elogiada pelos cafeicultores, que também reivindicaram da
União uma política específica para os chamados leilões de opção, realizados como
forma de garantia de preço dada pelo governo federal, caso a cotação no mercado
não atinja o mínimo esperado. “O café não pode ficar sujeito às intempéries do
mercado”, afirmou o produtor Luiz Haessers, considerado um líder do segmento. Os
leilões de opção são considerados fundamentais para a regulação dos preços,
dando sustentabilidade ao cultivo do café. Junto com as medidas de
infra-estrutura defendidas por Souto, os leilões são apontados pelos secretários
da Agricultura dos estados produtores de café entre as questões que mais
preocupam os agricultores atualmente.
Na Bahia, os cafeicultores já
contam com duas iniciativas do governo estadual de incentivo à produção de cafés
de qualidade: o Agrinvest e o Prodecaf. No primeiro, o Estado se responsabiliza
por 50% dos encargos financeiros durante o prazo de carência (de dois a três
anos). O programa soma R$ 7,5 milhões em financiamentos. O Prodecaf oferece
apoio à infra-estrutura e já somou investimentos de R$ 30 milhões.
Concurso de cafés teve recorde de
qualidade
Os municípios baianos de Piatã e Barra do
Choça, confirmaram mais uma vez a tradição em produzir cafés especiais, na
quarta edição do Concurso de Qualidade Cafés da Bahia. Os três primeiros
colocados foram os produtores Zora Yonara Oliveira, da Fazenda Tijuco, em Piatã,
Selma Morais Coelho, da Fazenda Santa Felicidade, em Barra do Choça, e Cândido
V. L. Rosa, da Fazenda Ouro Verde, em Piatã. Os três receberam, respectivamente,
R$ 8 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil.
A soma de prêmios do 1° ao 30° lugar foi
de R$ 45 mil em dinheiro, além de garantia de compra do lote pelo preço da Bolsa
de Mercadorias e Futuros ( BM& F), R$ 282,16 a saca, e, para os dois
primeiros colocados, inscrição automática no leilão da Associação Brasileira da
Indústria de Café (Abic). A premiação ocorreu no último sábado (29), na área
verde do Hotel Catussaba, em Salvador, e teve participação de grande número de
produtores, principalmente da Chapada.
Este ano, a pedido da Associação
Brasileira da Indústria de Café (Abic), foram escolhidos também os dois melhores
cafés naturais da Bahia e os dois melhores cafés despolpados para concorrer no
leilão, como finalistas, durante o concurso nacional, que acontecerá ainda este
mês, em Cabo de Santo Agostinho (PE). No ano passado, o prêmio do concurso da
Abic chegou a R$ 8 mil. Os dois melhores naturais foram Nélson Cordeiro Ribeiro,
da Fazenda Floresta, em Ibicoara, e Miguel Moreira de Carvalho, Faz Carvalho, no
município de São Desidério, no oeste da Bahia. Já os melhores despolpados foram
os 1º e 2º lugares do Concurso de Qualidade Cafés da Bahia. Outra novidade deste
ano é que as empresas Tristão ofereceram R$ 290 nas sacas dos produtores
classificados de 31º ao 40º lugar.
Para o presidente da Assocafé,
Eduardo Salles, hoje o oeste da Bahia desponta como referência para os cafés
naturais do Brasil. No próximo ano, a proposta é que o concurso baiano seja
dividido por áreas geográficas. Concursos específicos para os cafés da Chapada e
Planalto da Conquista, cafés do Cerrado (Oeste) e um concurso próprio para o
café conillon (Atlântico). Para Salles, o concurso baiano reforça a agricultura
familiar e torna-se uma das poucas vitrines para o pequeno produtor mostrar seu
produto e alcançar os grandes mercados. “No ano passado, tivemos seis cafés de
Piatã no concurso nacional, Cup of Excellence. Este ano, dos 100 selecionados,
17 são da Bahia. É sem dúvida uma grande vitória”, afirma. De acordo com o
diretor de Qualidade da Associação dos Produtores de Café da Bahia, Sílvio
Leite, todos os cafés selecionados tiveram nota acima de 90. “Foi realmente uma
grande chance de atestar o alto valor da cafeicultura no estado”, afirmou o
diretor, que também é provador de café, com reconhecimento internacional.
Em seu discurso, o secretário da Agricultura da Bahia, Pedro Barbosa,
lembrou que há pouco mais de uma década, nem mesmo as instituições de crédito
apostavam na cafeicultura de qualidade do Estado. “Foi preciso um trabalho árduo
da parte do Governo do Estado e dos produtores para reverter esta imagem e
promover a guinada na nossa cafeicultura. Por isso, é uma grande alegria ver que
estamos colhendo os frutos do que plantamos”. Barbosa encerrou conclamando os
produtores a se articular e fortalecer as associações regionais. O Concurso de
Qualidade Cafés da Bahia é promovido pela Associação do Produtores de Café da
Bahia (Assocafé), Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia (Seagri),
Associação dos Agricultores Irrigantes da Bahia (Aiba), Federação da Agricultura
do Estado da Bahia (Faeb) e Empresas Tristão, entre outros.Para o presidente da
Assocafé, Eduardo Salles, hoje o oeste da Bahia desponta como referência para os
cafés naturais do Brasil. No próximo ano, a proposta é que o concurso baiano
seja dividido por áreas geográficas. Concursos específicos para os cafés da
Chapada e Planalto da Conquista, cafés do Cerrado (Oeste) e um concurso próprio
para o café conillon (Atlântico).
Para Salles, o concurso baiano reforça
a agricultura familiar e torna-se uma das poucas vitrines para o pequeno
produtor mostrar seu produto e alcançar os grandes mercados. “No ano passado,
tivemos seis cafés de Piatã no concurso nacional, Cup of Excellence. Este ano,
dos 100 selecionados, 17 são da Bahia. É sem dúvida uma grande vitória”, afirma.
De acordo com o diretor de Qualidade da Associação dos Produtores de Café da
Bahia, Sílvio Leite, todos os cafés selecionados tiveram nota acima de 90. “Foi
realmente uma grande chance de atestar o alto valor da cafeicultura no estado”,
afirmou o diretor, que também é provador de café, com reconhecimento
internacional. Em seu discurso, o secretário da Agricultura da Bahia, Pedro
Barbosa, lembrou que há pouco mais de uma década, nem mesmo as instituições de
crédito apostavam na cafeicultura de qualidade do Estado. “Foi preciso um
trabalho árduo da parte do Governo do Estado e dos produtores para reverter esta
imagem e promover a guinada na nossa cafeicultura. Por isso, é uma grande
alegria ver que estamos colhendo os frutos do que plantamos”. Barbosa encerrou
conclamando os produtores a se articular e fortalecer as associações regionais.
O Concurso de Qualidade Cafés da Bahia é promovido pela Associação do
Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Secretaria da Agricultura do Estado da
Bahia (Seagri), Associação dos Agricultores Irrigantes da Bahia (Aiba),
Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) e Empresas Tristão, entre
outros.