Brasil e China são a salvação do mercado mundial de luxo

11 de setembro de 2009 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: DCI

11/09/2009 – Enquanto os tradicionais templos do luxo mundial estão abalados por uma forte retração das vendas, países emergentes, como Brasil e China, cujo crescimento nesse universo será de 8% e 15% este ano, respectivamente, despontam como prioridades a médio e longo prazo para empresas dos segmentos de vestuário, joias e automóveis. Prada, Fendi e Chanel são algumas das marcas que estão mudando as estratégias de expansão ao acelerar os planos para ingressar no País.

De acordo com a MCF Consultoria e a GfK Brasil, apesar da desaceleração no setor, a movimentação este ano atingirá US$ 6,4 bilhões, com aportes em marketing que somam US$ 830 milhões. Carlos Ferreirinha, diretor presidente da MCF, avalia que com a retomada do estímulo aos negócios é possível esperar um faturamento até 10% maior este ano. Um levantamento com feito 220 marcas, entre elas a brasileira H.Stern, indica que o faturamento do setor se retrairá 10% no mundo, totalizando 154 bilhões de euros. Especialistas creem que sinais de recuperação surjam em 2010.


Neste contexto, a Audi AG detalhou que suas melhores altas nas vendas foram encabeçadas justamente por China e Brasil. Somente no território chinês, a marca comercializou nos oito primeiros meses 13.345 unidades, um salto de 35,4% frente a 2008. Por aqui, o desempenho foi 27% superior, com a venda de 1.273 automóveis de janeiro a agosto. Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da montadora, destaca que o tripé para o crescimento será a ampliação do portfólio de produtos, investimento na rede de concessionárias e marketing direto. O executivo diz que a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi o principal impulso nos resultados brasileiros, que levarão a companhia a encerrar o ano com alta próxima a 30%.

Dependendo do resultado final das vendas com o IPI reduzido, a Audi poderá revisar para cima sua meta de 2010, que ainda está em discussão. A subsidiária brasileira da grife nova-iorquina Tiffany & Co. é outra que não pode reclamar do desempenho. Desde março, a evolução das vendas nas lojas do Iguatemi e do Shopping Cidade Jardim contempla dois dígitos, acima da meta conservadora traçada em 2008, de um dígito. Ao observar o mercado, Patricia Assui, gerente-geral da Tiffany, comenta que os clientes estão comprando mais peças, mas desembolsando menos. Ela crê que a economia deverá se recuperar brevemente, e, assim que isso ocorrer serão retomados os investimentos no País.


A empresária Natalie Klein, herdeira da Casas Bahia, proprietária da loja NK Store, no bairro paulistano dos Jardins, também vê um cenário animador no segmento de luxo no médio prazo. Ela reduziu à metade a meta de crescimento do ano, antes estabelecida em 20%, por estar trabalhando com estoque reduzido, devido às oscilações do dólar. Em janeiro, a neta de Samuel Klein abriu a primeira loja monomarca de Marc Jacobs, estilista da Louis Vuitton, na América Latina, localizada ao lado do seu estabelecimento, onde antes funcionava a joalheria Tiffany. Para os próximos dois anos, Natalie estuda a abertura de outra loja Marc Jacobs, talvez no Iguatemi.

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